Economia Titulo Alta
Vendas no varejo devem subir 5%

Para a Fecomercio, cenário político não vai
influenciar no desempenho do Dia dos Namorados

Gabriel Russini
Especial para o Diário
09/06/2017 | 08:53
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Divulgação


Levantamento da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo do Estado de São Paulo) indica que o comércio varejista do Grande ABC deve apresentar alta de 5% no faturamento deste mês, em relação ao mesmo período do ano passado, por conta do Dia dos Namorados, celebrado na segunda-feira, passando de R$ 2,7 bilhões para R$ 2,9 bilhões.

O possível crescimento, de acordo com a assessoria econômica da federação, está atrelado à combinação positiva da queda do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medidor oficial da inflação, que acumulou 4,08% nos últimos 12 meses, e ao recente ciclo de cortes da taxa Selic, que rege a economia brasileira, atualmente em 10,25%.

Outro fator que anima é a desaceleração nas demissões. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), pesquisa realizada mensalmente pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o ritmo nas baixas é 205% menor no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com 2016, caindo de 12.415 para 3.981 postos de trabalho extintos.

Na avaliação de Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio, o cenário atual é melhor do que o do ano anterior, mas não indica retomada imediata. “Com a crise política, a gente não sabe como vai ser amanhã”. Ainda segundo a entidade, pelo menos para este mês, as turbulências vividas no âmbito político não irão comprometer o movimento nos próximos dias.

O panorama já complicado foi abalado a partir da delação premiada de um dos proprietários do frigorífico JBS, Joesley Batista. Na noite do dia 17, vazou à imprensa gravação do presidente Michel Temer (PMDB) dando aval para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Para Ricardo Balistiero, economista e coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, a base comparativa é fraca. “Esse suposto crescimento é bom, mas não repõe as perdas dos últimos anos”. Ainda na opinião de Balistiero, a crise política só atrasa a retomada e “a incerteza acaba brecando investimentos”, complementou.  




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