Procuradoria decidirá se investigará oficialmente 10 políticos do Grande ABC que receberam doações
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) deve encaminhar pedido de abertura de inquéritos para apurar as doações da JBS a políticos do Grande ABC. Está nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma decisão sobre a linha de investigação sobre o episódio.
Ao todo foram pelo menos dez políticos da região listados pela empresa como beneficiários de repasses na eleição de 2014 – Gilberto Costa (PEN), ex-vereador de São Caetano; Cidão do Sindicato (SD), ex-vereador de São Caetano; Ailton Lima (SD), atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André; Ana Glória Silva (PEN), de Santo André; Marcelo Lima (SD), vice-prefeito de São Bernardo; Frank Aguiar (PRB), ex-vice-prefeito de São Bernardo; Regina Gonçalves (PV), secretária de Habitação de Diadema; Silvino Roque Neto, o Russo (PMN), ex-prefeiturável de Diadema; Vanessa Damo (PMDB), ex-deputada estadual de Mauá; e Diniz Lopes (PSB), ex-prefeito interino de Mauá.
Todas as doações foram registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, somadas, chegam a R$ 766,3 mil (adicionados os R$ 1.474 recebidos por Russo, que se candidatou a deputado federal em 2014). Os envolvidos negam irregularidades e conhecimento com empresários da JBS. Dizem que os aportes foram feitos por meio das direções nacional e federal dos respectivos partidos. Nenhum dos dez possui foro privilegiado – ou seja, terá análise feita pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou STF (Supremo Tribunal Federal).
A relação de 1.829 candidatos auxiliados financeiramente fez parte da delação premiada firmada pela JBS com a PGR no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a companhia, o dinheiro era repassado a políticos como forma de manter bom relacionamento e de buscar contrapartidas futuras em contratos públicos.
A Procuradoria confirmou que a lista faz parte das informações homologadas pelo STF e que, por isso, pode ser usada como prova para futuras investigações. A PGR também relatou que nenhum dos citados nesta listagem pode ser considerado oficialmente investigado, uma vez que ainda não há inquérito instaurado especificamente sobre esse episódio.
FRANK AGUIAR
A defesa de Frank Aguiar disse, por nota, que os R$ 100 mil em doações eleitorais feitos pela JBS à sua campanha foram repasses da direção nacional do partido. “À época, as doações realizadas por empresas privadas eram lícitas e referida contribuição jamais foi omitida do conhecimento público, tanto que a quantia foi declarada na prestação de contas. Saliente-se que Frank Aguiar jamais teve qualquer tipo de contato com os colaboradores acima citados, sendo que os valores advindos da doação e sua distribuição foram operacionalizados entre seu então partido e a empresa JBS.”
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