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Alunos são barrados na porta da creche
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
10/06/2009 | 07:31
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Conveniada com a Prefeitura de São Bernardo, a creche Hemas - Associação de Igrejas Evangélicas, Pastores e Obreiros de São Bernardo, no bairro Alves Dias, teve suas portas lacradas ontem pela Vigilância Sanitária. Funcionários da Prefeitura impediram que crianças - de até 4 anos - entrassem na unidade escolar.

Sem consultar a direção da creche, os servidores da administração determinaram que os perueiros levassem os alunos para outra creche, o que causou desespero em muitas mães, que não sabiam o destino dos filhos. Procurada, a Prefeitura não quis comentar o assunto.

Segundo a diretora da creche, Maria Rita Alves Aquino, a maneira como a Prefeitura agiu foi lamentável, porque não a notificaram nem deram chance de dar explicações às mães das 50 crianças que frequentam o espaço.

Ela afirma que recebe R$ 197 por cada criança, R$ 9.850 por mês. A verba custeia o salário dos nove funcionários, aluguel e manutenção.

Maria Rita diz que a Vigilância Sanitária esteve no local no dia 21 de maio e deu prazo de 10 dias para solucionar algumas pendências, como apresentar exame médico da manipuladora de alimentos, apresentar certificado ou declaração de limpeza da caixa d'água, mostrar cardápio validado por nutricionista, manual de boas práticas, colocar assento nos vasos sanitários, entre outras coisas. O problema é que, segundo ela, eles determinaram o fechamento da creche sem checar se as providências tinham sido resolvidas. "Cumpri tudo. Fiquei esperando a Vigilância voltar para conferir os serviços, o que não aconteceu", diz.

Segundo ela, funcionários da Secretaria de Educação entregaram às mães, na segunda-feira à tarde, na porta da creche, encaminhamento para matrícula dos 50 alunos em outra instituição. "Eu não estava no local e fui avisada por telefone. Por volta das 9h30 de hoje (ontem), a Vigilância chegou, lacrou a creche e pediu para que se esvaziasse o local", disse.

Diante da pressão, Maria Rita avisou a todas as mães que tinham deixado as crianças na creche para que buscassem seus filhos. "A notícia se espalhou, e chegou uma mãe que descobriu que a filha não estava em nosso poder. Só assim descobri que quatro crianças tinham sido levadas à creche Lar da Criança Emmanuel. Mas até descobrir passei maus momentos", conta.

Com a confusão, as crianças ficaram sem refeição, já que os funcionários da Prefeitura impediram as merendeiras de preparar o almoço.

Para o advogado da ONG Ação Educativa, especializada em Educação, Salomão Ximenes, o procedimento da Prefeitura foi inadequado, já que não levou em consideração a condição das crianças. "As famílias não poderiam ter sido pegas de surpresa", comenta.




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