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Braskem investe R$ 500 milhões em fábrica de plástico verde
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/09/2010 | 07:28
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A indústria Braskem, que tem unidades no Polo Petroquímico do Grande ABC, inaugurou ontem à tarde em Triunfo (a cerca de 100 km de Porto Alegre) sua fábrica de plástico verde - que utiliza fonte renovável (a cana-de-açúcar) no lugar do petróleo como matéria-prima.

Com investimento de R$ 500 milhões, a empresa passa a ter a maior unidade industrial do eteno derivado de etanol no mundo. Consumirá 462 milhões de litros de álcool por ano e permitirá a produção de 200 mil toneladas da resina plástica polietileno - que serve para a fabricação de embalagens alimentícias e outros produtos em plástico.

Ainda é uma parte pequena do volume total da companhia, que produz mais de 15 milhões de toneladas anuais de resinas e outros itens petroquímicos, mas essa é uma área de atuação em que empresa deve crescer, segundo o presidente da empresa, Bernardo Gradin.

A demanda prévia por plástico verde mostra o potencial desse produto. Antes mesmo do início da comercialização, já havia três vezes mais procura do que capacidade da planta. Entre os clientes que já acertaram a compra estão Toyota, Natura, Procter&Gamble, Acinplas e outras.

Gradin afirma que a meta é ser líder em sustentabilidade no segmento no mundo. Ainda de acordo com o executivo, a opção pela resina renovável colabora para reduzir o efeito estufa, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera (pela fotossíntese da cana-de-açúcar) para cada tonelada de polietileno produzida.

A fábrica de plástico verde já despertou o interesse em quatro países - Gradin não revela quais - para a venda de tecnologia para instalação de unidades fabris iguais aos de Triunfo.

LULA
A inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que ontem se tornou um dia histórico para o País, com a capitalização da Petrobras, feita pela manhã, na Bovespa, e, à tarde, com o início da fábrica da Braskem, que fortalece a opção brasileira pela matriz energética renovável a partir da cana-de-açúcar. O etanol já corresponde hoje a 18% de toda a matriz energética do País, superando até mesmo a hidroelétrica, com 15,7%.


Mauá pode ter produção de polipropileno verde

Com o objetivo de se consolidar como a primeira do mundo em química sustentável, a Braskem tem intensificado pesquisas para produzir também em larga escala o polipropileno verde - em que a fábrica da antiga Suzano Petroquímica, em Mauá, hoje pertencente à Braskem, iniciou pesquisas com esse foco, há alguns anos.

Dessa forma, a unidade de Mauá, que é uma das maiores produtoras de polipropileno do País (com cerca de 450 mil toneladas anuais), é candidata a produzir a resina verde e ampliar o leque de produtos sustentáveis da companhia no País.

PESQUISAS
No entanto, ainda não há previsão dentro da companhia para que a produção de mais este produto verde comece a ocorrer. Isso porque o item ainda está em fase de "bancada" dos pesquisadores. O presidente da empresa, Bernardo Gradin, explica que ainda não é possível prever quanto tempo levará para sair da fase de estudos para a escala industrial a custo competitivo no mercado. O polipropileno é utilizado em aplicações como para-choques de carros, por sua resistência ao impacto. (Leone Faria)




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