Uma das bandas de blues mais contagiantes do Brasil na atualidade mostra nesta sexta-feira, em primeira mão para o público de Santo André, as músicas de seu novo disco, Flávio Guimarães e Prado Blues Band (Chico Blues Records, R$ 20 em média). É o primeiro trabalho em parceria com o gaitista do Blues Etílicos e também o álbum mais coeso e maduro do grupo criado pelos irmãos Igor e Yuri Prado, de São Caetano. O show ocorre no Sesc, às 21h.

Prado Blues Band (2003) e Blues & Swing (2005) já são dignos dos melhores elogios. Mas a primeira impressão causada por este novo álbum – por meio dos trechos escutados pela internet – é que se trata de um CD matador.

“Este é um disco de blues tradicional com jump blues. O Flávio, mesmo tocando com o Blues Etílicos e com outros artistas pop, trouxe uma música bem pura. Parecia que tudo aquilo estava na bagagem dele e nunca havia sido colocado para fora”, diz Igor Prado.

Suas impressões parecem corretas. Guimarães, conhecido pela vertente contemporânea adotada pelo Blues Etílicos, confessa que sempre gostou do estilo defendido pela Prado. “Mas eram coisas que eu só tocava em casa”, diz.

Disco pronto, o carioca não esconde seu entusiasmo: “Acho que é o disco de blues mais autêntico que gravei na minha vida. Fui na raiz, na fonte. Tudo o que aprendi, mostrei neste CD”, afirma. E olha que o gaitista até hoje é lembrado pelo seu belo álbum solo On The Loose.

Foram justamente as melodias criadas na gaita que deram origem a boa parte das músicas deste CD. E coube a Igor Prado (guitarra e vocal) criar os arranjos. Outras faixas surgiram durante os ensaios.

Guimarães está tão empolgado com o disco que não descarta a possibilidade de inserir jump blues em seu próximo álbum solo, programado para 2007. Já existe até repertório pronto. “Esse tipo de blues é muito contagiante. É animadíssimo, um som de baile”, diz.

Este é o primeiro CD da Chico Blues Records, montada pelo colecionador, produtor executivo e uma espécie de “pai” dos rapazes da Prado. E deve ser lançado, a exemplo do Blues & Swing, pelo selo californiano Pacific Blues. O dono do selo, Jerry Hall, gostou tanto do novo álbum que rasgou elogios no texto publicado no encarte.

No sábado (dia 22), no 6º Festival de Inverno de Paranapiacaba, os rapazes deram uma bela mostra de sua popularidade. “Todo mundo cantava junto, dançava. Até quem não conhecia a banda. Parecia show de pagode! (risos)”, diz Igor. “Foi inesquecível”.