Em sua declaração antes do protocolo do requerimento de abertura de processo de afastamento, Lamachia explicou que o pedido leva em conta os áudios divulgados e as manifestações públicas do presidente, onde ele declara ter conhecimento dos crimes narrados por Joesley (compra de um juiz e um promotor) e "nada fez". O dirigente enfatiza que o pedido destaca também os "fatos controversos" confirmados por Temer aos jornais.
Lamachia reconhece que a gravação pode ter sofrido alguma interferência, mas destaca que Temer não negou os diálogos, portanto a suposta edição do material não é considerada relevante diante das declarações do peemedebista. "Na visão da OAB, nós temos aqui presente crime de responsabilidade do senhor presidente da República", afirmou.
O presidente da OAB apontou também quebra de decoro do presidente da República e confirmou que incluiu os irmãos Batista como testemunhas na denúncia. "Nós não ouvimos estes empresários, não me reuni com nenhum delinquente", emendou.
O dirigente disse que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem suas prerrogativas que devem ser cumpridas no processo, independentemente da falta de disposição política de dar andamento ao processo. "Me parece que o País não sofre nenhuma desestabilização pela abertura de processo de impeachment", concluiu.
Ele lembrou que há menos de 1 ano e 4 meses foi apresentado outro pedido de impeachment, desta vez contra a ex-presidente Dilma Rousseff, mostrando que a entidade cumpre seu papel técnico. "O que demonstra que a instituição é absolutamente independente e apartidária. Então a demonstração fica clara e cabal de que a OAB não age de acordo com as paixões partidárias ou com as paixões ideológicas", declarou.
Lamachia lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também poderá antecipar o julgamento. "A sociedade terá que acompanhar esse processo com muita atenção", disse. Ele destacou que renúncia seria um ato pessoal do presidente e disse imaginar que Temer pense "no bem do Brasil". "Espero que ele efetivamente esteja refletindo", disse.
Ao final, Lamachia ressaltou que a OAB defende a Constituição e que ruptura constitucional não está em sua pauta.
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