Em entrevista na manhã desta quinta-feira, Etchegoyen evitou polemizar, mas reconheceu que o uso do Exército na proteção dos prédios públicos ocorreu diante da avaliação de que o efetivo da Polícia Militar era insuficiente. "Não vou alimentar querelas com o governo do Distrito Federal", afirmou. "Não vamos imaginar que haja briga."
Ele disse que o "gatilho disparador" da decisão de Temer de empregar o Exército no local do protesto foi a notícia de incêndio do prédio do Ministério da Agricultura.
Pelo relato de Etchegoyen, a manifestação começou pacífica e que por volta de 14h30 as coisas evoluíram para um confronto com grupos que ele chamou de radicais. Foi quando o sistema de segurança do Palácio mandou mensagem para os secretários-executivos dos ministérios sugerindo a dispensa dos funcionários. Em seguida, houve, segundo ele, o "momento culminante" do incêndio do prédio da Agricultura. "Tendo em vista o pequeno efetivo para aquela situação, tivemos que empregar as Forças", disse o general.
Com a volta da tranquilidade da Esplanada, o governo, nesta manhã, decidiu revogar o decreto de convocação das Forças Armadas, ressaltou o ministro. Etchegoyen disse que o clima numa reunião de representantes da segurança do Planalto e do Governo do Distrito Federal, ontem, foi de absoluta harmonia.
Irritação
Na noite de quarta, ministros e assessores do Planalto demonstravam irritação com o governador de Brasília. Rodrigo Rollemberg (PSB) menosprezou, segundo eles, avaliações do governo federal de que o protesto poderia ser violento. O palácio chegou a propor reforço do efetivo e do setor de inteligência da PM.
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