Política Titulo Editorial
Sonho distante
Do Diário do Grande ABC
24/05/2017 | 11:21
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Arte/DGABC


Antigo desejo dos moradores do Grande ABC, que a viam como opção de transporte barato, ágil, confortável e seguro, a Linha 18 do Metrô está cada vez mais longe de sair do papel. A se tomar como parâmetro as últimas medidas para viabilizar o projeto, fica nítido que o Estado deixou de considerar o investimento prioridade. Os prazos para o começo das obras são sistematicamente desobedecidos e não há sequer de onde tirar a verba necessária para fazer as desapropriações imobiliárias por onde os trilhos passariam. Uma pena.

Há razões de sobra para que a sociedade fique desalentada com o futuro do projeto. O plano original, anunciado com a pompa que a ocasião merecia, previa que os usuários estariam tomando o Metrô em uma das 12 estações localizadas na região até o fim de 2018. Ambiciosa, a proposta consumiria R$ 4,6 bilhões e foi acordada em agosto de 2014. Até hoje, todavia, nem um único dormente foi assentado na Linha 18.

Falta dinheiro para realizar as desapropriações, alega o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Essa etapa, considerada o primeiro passo para o projeto sair do papel, custaria US$ 182,7 milhões aos cofres públicos. Dinheiro de que o Estado não dispõe e, por isso, precisaria ser aportado por algum banco credor. E é aí que reside o grande problema. No início, São Paulo tentou buscar o valor no estrangeiro, mas não conseguiu o aval da Cofiex (Comissão de Financiamento Externo), vinculada ao Ministério do Planejamento, para realizar a transação.

Tentou-se, então, empréstimo junto ao Banco do Brasil, mas as taxas cobradas pela instituição nacional tornaram o negócio proibitivo. Agora, segundo o que foi apurado por este Diário, o Estado retoma o plano de buscar dinheiro no estrangeiro. Se não conseguiu antes, conseguirá agora? A procrastinação sem fim tolhe as esperanças da população do Grande ABC, que, um dia, chegou a acreditar que o Metrô finalmente seria uma das alternativas de transporte coletivo da região. A cada dia que passa, em vez de realizar-se, o sonho fica mais distante.




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