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São Bernardo pede
ônibus emprestado
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
18/01/2011 | 07:31
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Mesmo com o maior Orçamento para a área de Saúde entre as sete cidades do Grande ABC, a Prefeitura de São Bernardo ainda sofre para proporcionar atendimento básico aos moradores da cidade. Uma das evidências do gerenciamento desarranjado pelo qual passa o setor é o pedido de empréstimo de um ônibus-clínica para a vizinha São Caetano.

A unidade móvel é adaptada, possui consultórios para atendimento de pediatria, ginecologia, vacinação e enfermagem, por exemplo, e tem estrutura para exames de pressão arterial, glicemia, além de espaço para promoção de campanhas e orientações.

O motorista do equipamento também é funcionário do município que concedeu o veículo. A capacidade de atendimento depende da quantidade de funcionários que trabalham no ônibus, esses contratados por São Bernardo.

O ônibus está parado em frente à unidade de Saúde da Chácara Silvestre (altura do número 1.800 da Avenida Wallace Simonsen), como registrado ontem pela equipe do Diário.

O atendimento normal em UBS (Unidade Básica de Saúde) é feito das 7h às 19h. Mas ontem, às 17h, a unidade móvel, que está ao lado de três barracas de tubos e lona, estava fechada.

Segundo informações de bastidores, o prédio da Chácara Silvestre teria sido interditado pela Defesa Civil para passar por reformas. E o ônibus deveria ficar no local até sexta-feira, atendendo pacientes da localidade e da Vila São Pedro, cuja UBS passa por obras que devem ser concluídas em seis meses.

A Prefeitura de São Bernardo não confirmou. Informou somente que "o ônibus foi utilizado hoje (ontem) para uma atividade de orientação e já foi devolvido".

Mas, uma faixa na lateral do veículo explica outro motivo: "UBS Vila São Pedro - Atendimento provisório". A indicação colocada pelo Executivo de São Bernardo encobria parte da identificação da unidade móvel, que ainda tem o brasão de São Caetano estampado no vidro traseiro.

Em 2011, a administração comandada por Luiz Marinho (PT) prevê investir R$ 692 milhões em Saúde, dos R$ 3,5 bilhões de arrecadação previstos para o período. A fatia para o setor equivale a 89,5% de todo o Orçamento de São Caetano calculado para este ano.

Um ônibus-clínica está avaliado em aproximadamente R$ 250 mil (R$ 170 mil o valor do veículo e R$ 80 mil de custo para a adaptação). O preço não chega a 0,04% dos quase R$ 700 milhões que serão aplicados por São Bernardo em Saúde no atual exercício.

Em 2010, a gestão petista desembolsou R$ 520 milhões para a Saúde. Desde que assumiu, em janeiro de 2009, Luiz Marinho tem trabalhado na reorganização do atendimento hospitalar. Uma das principais apostas é o projeto de UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas). Até agora foram inauguradas quatro de um total de nove que devem estar em funcionamento até 2012.

Outra iniciativa para colocar o setor nos eixos - a atual administração critica as gestões anteriores pela situação - é o Hospital de Clínicas, no bairro Alvarenga. A ordem de serviço para o início da construção, que custará R$ 125 milhões, foi assinada pelo chefe do Executivo em setembro. A previsão de entrega é março do ano que vem.




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