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Presidente da Fifa, Gianni Infantino é alvo de investigação
29/04/2017 | 09:26
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Divulgação


O presidente da Fifa, Gianni Infantino, é alvo de mais uma investigação, sob a suspeita de ter agido para influenciar eleições de entidades regionais e agido de forma irregular ao aceitar serviços prestados por entidades privadas ou governos. A revelação foi publicada pela revista alemã Der Spiegel e confirmada pelo Estado de S. Paulo.

Essa é a segunda vez que Infantino é alvo de uma apuração de seu Comitê de Ética. Na primeira ocasião, em meados do ano passado, o caso foi encerrado. Mas a reportagem apurou que as alegações de irregularidades não pararam contra o presidente que havia prometido dar um fim à crise de credibilidade da entidade.

Desta vez, o centro do questionamento é o papel que Infantino teve na eleição da Confederação Africana de Futebol e que colocou fim a um reinado de mais de 20 anos de Issa Hayatou. Ahmed Ahmed, pouco conhecido até então, acabou vencendo. Semanas antes do voto, porém, Infantino percorreu o continente africano e agora seu comitê de ética apura se houve influência indevida.

Assim como na primeira investigação, o órgão de ética da Fifa também apura o uso de jatos privados pelo presidente. Desta vez, os investigadores alegam que receberam novos documentos.

O Comitê ainda afirma estar preocupado com a falta de independência entre o presidente e aqueles que controlam as contas da Fifa, inclusive o Comitê de Auditoria.

A nova crise ocorre menos de dez dias do encontro anual da Fifa, que desta vez está programado para ter sua sede no Bahrein. Infantino tinha como plano concretizar suas reformas e mostrar um novo rosto para a entidade. Além disso, com a Justiça norte-americana, continua a tentar demonstrar que a Fifa foi alvo de cartolas sem escrúpulos. Mas que não seria uma organização criminosa. Para isso, entregou milhares de páginas de documentos de uma auditoria interna que teria realizado.

A situação de Infantino vem no momento em que as entidades esportivas voltam a estar no centro do foco da corrupção. Investigações do FBI sobre a corrupção na Fifa se ampliam e revelam como um dos homens que se apresentava como um "reformador" no exporte mundial atuou para comprar votos e apoio.

No centro da investigação está Ahmad Al Fahad al Sabah, membro do COI e conhecido como um dos atores mais poderosos do esporte mundial. Foi seu apoio, por exemplo, que garantiu a escolha de Thomas Bach na liderança do movimento olímpico. Na Fifa, Al Sabah ainda age como um dos homens mais influentes e, desde a queda de Joseph Blatter, saiu em apoio aos integrantes da Uefa, entre eles o atual presidente Gianni Infantino.

Mas documentos do Departamento de Justiça dos EUA revelam agora que ele pagou US$ 850 mil entre 2009 e 2014 para que outro cartola - até hoje membro do Comitê de Auditoria da Fifa - identificasse outros cartolas que estivessem dispostos a entrar no esquema de fraude e garantisse apoio a seu grupo. O objetivo era o de permitir que a facção que o estava pagando ganhasse poder e influência dentro da Fifa.

O auditor da Fifa, Richard Lai, se declarou culpado diante da corte de Nova Iorque, revelando como havia sido "contratado" para recrutar outros cartolas em esquemas de corrupção. Na Fifa, ele foi suspenso temporariamente do futebol nesta sexta-feira.

Mas é o envolvimento direto de Al Sabah que abre uma nova crise no esporte mundial. O representante árabe foi um dos homens que desenhou as reformas da Fifa e se apresentava como a pessoa que poderia eleger qualquer dirigente. Nos documentos, porém, ele aparece como "co-conspirador 2", um alto funcionário da Fifa, da Federação de Futebol do Kuwait e do Conselho Olímpico da Ásia. Apenas Al Sabah mantinha tais cargos.

Em uma das reuniões, Lai pediu dinheiro para supostamente contratar treinadores para o time de Guam, onde era presidente da federação local. Al Sabah respondeu que poderia enviar US$ 200 mil. Mas, no lugar de dar os dados de uma conta oficial, Lai passou seus dados bancários pessoais, e não da federação. Segundo os americanos, o dinheiro saiu de uma conta no Kuwait para outra do HSBC, em Hong Kong. O dinheiro jamais foi usado para contratar treinadores.




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