Artigo

Todos nós cidadãos que residimos ou trabalhamos no Grande ABC temos importante missão: a reinvenção da região. As sete cidades foram por décadas espaço promissor, atingindo nos anos 50 o marco de se tornarem o expoente da indústria nacional. Ao passo que o setor produtivo se fortalecia, faltaram políticas públicas que dessem conta da ordenação urbana e do atendimento às principais urgências da sociedade.

Ainda assim, nos tornamos grandes. Com potencial de produzir conhecimento acadêmico, com mão de obra qualificada disponível e um dos mais bem estruturados parques industriais do País, capaz de passar pelas transformações necessárias para se modernizar e ser mais uma vez pujante.

Resgatando as lições do passado, devemos olhar para frente em busca de alternativas. Isso deve ser feito em esforço coletivo, e não de apenas um ou dois indivíduos ou instituições. A integração dos atores locais e a valorização dos ativos da região são essenciais na missão.

Se até meados dos anos 80 éramos símbolo do futuro, sabemos que é possível elevar o Grande ABC novamente a este patamar em termos de tecnologia e da excelência na gestão de políticas públicas. Para isso, vamos nos dedicar a conhecer os ativos existes em nossas cidades, estudar a cultura empresarial verificando o que pode e deve melhorar, tanto por parte do poder público quanto da iniciativa privada, e de que modo iremos possibilitar oportunidades.

Precisamos valorizar o importante papel das universidades, espaços de geração de conhecimento e tecnologia que podem ser inseridos como soluções de problemas do setor produtivo, do comércio e de serviços. O Polo Tecnológico do Grande ABC, que é sonho antigo da região, estimula essa integração e tem por objetivo impulsionar a modernização de nossas estruturas. O Parque Tecnológico de Santo André, credenciado no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, é o embrião deste projeto que possui escopo em maiores escalas.

Essas serão algumas das diretrizes de trabalho da nova Agência de Desenvolvimento e Inovação do Grande ABC, que se recria e se reapresenta à região a partir da modernização de sua estrutura. O conhecimento e a experiência adquiridos pela instituição nos últimos anos nos mostraram que temos relevância, e nos indicou a necessidade de mudanças efetivas, para que a instituição acompanhe a velocidade das transformações globais e que possa imprimir novo ritmo de ações que promova o desenvolvimento das sete cidades.

Estamos abertos às contribuições de todos os que lutam para resgatar a autoestima da população e impulsionar a região para novos caminhos, preparada para o futuro.

Paulo Serra é prefeito de Santo André e presidente da Agência de Desenvolvimento e Inovação do Grande ABC.

Palavra do leitor

Cabra na horta

Esse projeto que os senadores votaram, sobre o abuso de autoridade, prejudicando o trabalho dos juízes e promotores da Operação Lava Jato, é simplesmente mandar a cabra tomar conta da horta. É o caso de o réu passar por vítima e a Justiça ir para o banco dos réus. Isso porque grande parte desses parlamentares acha que está acima de tudo e de todos e estranha de fazer parte dessa lista – ou, na linguagem popular, ‘capivara’ – de corruptos que está em poder da Justiça. Portanto, é importante que a cada dia que passa o povo brasileiro cobre de seus candidatos e fique vacinado para se proteger dessas cobras criadas.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Anfitrião

Observando o que a Lava Jato vai nos revelando, fica a impressão de que há pessoas que ainda não foram para o inferno porque Satanás não se sente preparado até agora para recebê-las. Mas uma hora vai estar, e não demora.
Nelson Mendes
São Bernardo

Impunes

Corruptos negam que roubaram. Mas o dinheiro sumiu e o País vive à beira da falência. Continuamos abandonados e a conta, deles, nos é apresentada para ser paga. Em país sério, com investigações eficientes e respeitadas, rapidamente seriam presos. Aqui, neste paraíso, julgados pelo vergonhoso foro privilegiado, com (bons?) advogados valendo-se de infinidade de recursos, seguem confiantes na impunidade. E não são só esses, não! Nos bastidores dos ninhos de ratos, covil das ‘excelências’, há muitos mais mexendo os pauzinhos tramando contra a Lava Jato. Querem que tudo acabe na maior pizza que já vimos. Temos de nos livrar desses crápulas de uma vez por todas para deixarmos País digno aos nossos filhos e netos. Fiquemos de olho também nos juízes do STF. Alguns, como já sabemos, indiferentes aos anseios da sociedade, tudo farão para mantê-los fora das grades. E o Brasil? Ora, o Brasil!
Nilson Martins Altran
São Caetano

Confirmado

Conforme minhas previsões, corintianos e ponte-pretanos duelarão para ver quem ficará com o título de campeão paulista de 2017. Na verdade, ao longo de todo o campeonato, as duas equipes se portaram de maneira digna e seja lá para onde for o título, Parque São Jorge ou Campinas, estará em boas mãos. O torneio reviverá a final de 1977, onde eu, hoje um velho (maior de 60 anos), na época com apenas 24, vibrei muito a favor do Timão. Porém, hoje, bem mais maduro e apaixonado pelo esporte bretão (futebol), não nego que a Macaca também merece o título. Lembro-me que o árbitro era o Vanderlei Boschilia e expulsou o atacante Rui Rei. Recordo-me também do gol fulminante de Basílio para o Coringão. O jogo realmente foi de arrepiar, já que o time do Parque São Jorge estava havia muito tempo em jejum.
Edson Rodrigues
Santo André

Travado

O governo tucano de São Bernardo encontrou maneira de justificar a inércia na governança da cidade, na qual não tem visibilidade administrativa, com a desculpa de que está pagando dívida do governo anterior, conforme outdoor fixado no Centro da cidade. Obras importantes continuam totalmente paralisadas, demonstrando que sua eleição foi no grito, sem planejamento. Resultado é o que estamos assistindo. A população pouco sabe do tamanho do prejuízo que isso traz à qualidade de vida. Hoje se faz economia para pagar dívidas. Amanhã é a máquina que domina os gestores. E o blá-blá-blá fica para trás, assim como o Mais Emprego, Cidade Mais Bonita e assim vai, até o fim da gestão. E se foram mais quatro anos de atraso.
Gércio Vidal
São Bernardo