Turismo Titulo
Triunfo do sertão verde pernambucano
Da AJB
04/08/2004 | 22:54
Compartilhar notícia


Em meio a serras, incluindo o Pico do Papagaio, ponto mais alto do Estado, furnas e cachoeiras que justificam boas caminhadas, Triunfo é mesmo uma grata surpresa para quem desvenda os pitorescos destinos do sertão pernambucano, ali tingido de verde. Ainda em um dia ensolarado, a temperatura nesta época do ano não ultrapassa os 20ºC.

Um grande lago domina a paisagem do Centro da cidade e das margens se observa os prédios seculares, misturando-se ao casario preservado, e construções modernas que revelam o desabrochar de potencialidades, como o turismo. Na região mais elevada de Pernambuco, sertão do rio Pajeú, a 449 km de Recife, Triunfo se ergue singela e majestosa ao mesmo tempo.

A cidade encanta pelos atrativos históricos e culturais, como o Cine Teatro Guarany e os museus do Cangaço e da Cidade, relembrando as andanças de Lampião e sua gente pela região. Os conventos seculares, igrejas e capelas que contam história somam-se às sedes de antigas fazendas abertas a visitação; aos engenhos com seus doces, cachaças e licores de cana-de-açúcar; e ainda às casas de farinha, herança dos tempos coloniais. Por todos esses atrativos, Triunfo integra o Circuito do Frio, roteiro oficial da estação em Pernambuco.

O Lago João Barbosa – açude que ainda em 1850, no governo do Barão de Lucena, ganhou nova estrutura com paredões em pedra – aprimorou-se em termos urbanísticos e hoje permite a prática de esportes como o jet ski. Nos arredores do lago, a visão do Cine Guarany logo se destaca.

“A construção do teatro começou em 1919, num período próspero das fazendas de café”, conta o secretário de turismo André Vasconcelos. Ainda na década de 20, o prédio perdeu a configuração teatral e passou a funcionar como bar. Depois que o antigo casarão foi adquirido pela Fundação de Arte e Cultura de Pernambuco (Fundarpe), em 1988, passou por restauração e retomou as apresentações de teatro.

Ocupando um antigo casarão, o Museu do Cangaço exibe objetos usados pelos cangaceiros, e em especial por Lampião e seu bando, como fusos, sanfonas, polainas e chapéus de couro, chaleiras, ferro de passar e aquecedor móvel (que funciona com brasas). Cangaceiros da própria cidade, Luiz Pedro do Retiro, que chegou a assumir o controle do bando, e Félix da Mata Redonda estão retratados em quadros. O acervo inclui relíquias como a primeira central telefônica, um antigo piano e um rádio de 1928.

A igreja matriz de Nossa Senhora das Dores foi construída em 1803 pelo frei Ângelo Maurício de Noza, no local conhecido como Baixa Verde. Outro destaque é a capela de Nossa Senhora do Rosário, erguida em 1812. Já os conventos seculares exibem belos conjuntos arquitetônicos, como o antigo recinto da ordem franciscana de Maristela, onde funcionou por 65 anos a escola Stella Maris, fechada em 2003.

Quem visita Triunfo não precisa ir longe para conhecer um engenho com produção de rapadura (que agrega sabores de coco, leite, mamão e amendoim), mel, alfinim, cachaça envelhecida e o primeiro licor de cana-de-açúcar da região. O Engenho São Pedro, ponto de visitação turística com direito a bodega para degustação, é um dos 46 engenhos do município.

A cachaça e o licor Tryunpho já são exportados em pequenas quantidades, estimulando os planos de ampliação do proprietário, Pedro Gomes de Oliveira Júnior.

Para saber mais sobre a história da cidade, que no auge da cultura do café foi denominada “a corte do sertão”, visitar a casa-sede de uma antiga fazenda é imprescindível. O Sítio das Almas nada tem de assombroso, com ambiente aconchegante, decorado como nos velhos tempos e cercado de jardins sempre floridos.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;