Embalado pelo aumento da renda da população e o crescimento das classes C, D e E, o setor atacadista distribuidor apresentou faturamento de R$ 120,8 bilhões em 2008, um crescimento real de 8,5% em todo o País, em comparação com 2007, segundo os últimos dados divulgados pela Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores).

Segundo Marcelo Dalmaz, diretor de operações do Maxxi Atacado - bandeira recentemente comprada pelo Grupo Wal-Mart e com unidade em Diadema, essa camada da população representa hoje mais de 80% dos consumidores brasileiros. "O aumento do poder de compra da população é positivo para todos os setores da economia e especialmente para quem atua para os segmentos C e D, públicos que passaram a consumir mais".

Gustavo Delamanha, diretor de marketing do Makro - que possui duas unidades instaladas na região, uma em Santo André e outra em São Bernardo - acredita que o desenvolvimento das redes do setor representa um bom crescimento uma vez que têm um modelo de negócios de baixo custo, fortalecem a economia do pequeno e médio comerciante e trazem a proximidade com seu público-alvo, o que contribui na distribuição de produtos da indústria.

"Todos esses fatores refletem o trabalho que temos realizado com as duas pontas da cadeia de abastecimento, a indústria e o varejo, no sentido de adequar o sortimento às necessidades dos consumidores, levando produtos das grandes regiões industriais para pequenos municípios no interior, especialmente para o pequeno e médio varejo", esclareceu Carlos Eduardo Severini, presidente da Abad.

Ele adiantou que, para este ano, a previsão é de que o segmento cresça entre 3% a 4%, devido a pequena recessão nos primeiros messes deste ano - reflexo ainda da crise econômica financeira.

Presentes em todas as regiões do País, para Maurício Cerrutti, diretor do Grupo Pão de Açúcar - grupo detentor da bandeira Assai - o segmento do "atacarejo" é o que mais cresce no mercado nos últimos 10 anos. "Porém, este formato está presente quase que exclusivamente no Estado de São Paulo. Nos demais estados é quase um nicho inexplorado, o que nos motiva a apostar forte neste mercado. Em 2008 levamos a operação para o Nordeste, com a inauguração de duas lojas em Fortaleza, e para o Rio de Janeiro, com 3 unidades, e mais 3 inauguradas neste ano".

A reportagem entrou em contato com o Atacadão, mas a rede não pode participar.