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Confiança do setor industrial é a menor desde novembro de 2009
Leone Farias
do Diário do Grande ABC
01/03/2011 | 07:30
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O real valorizado, que colabora para invasão de produtos importados, e as recentes medidas do governo federal para refrear o consumo - com a elevação das taxas de juros e restrições ao financiamento de longo prazo - estão minando a confiança do setor industrial.

É o que aponta o ICI (Índice de Confiança da Indústria) medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que se reduziu 0,3% entre janeiro e fevereiro, considerando-se dados com ajuste sazonal. Embora suave, em relação ao mês anterior, a retração leva o indicador ao menor nível desde novembro de 2009 (109,6 pontos).

O estudo da FGV aponta ainda que o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria) baixou de 84,7% para 84,5% entre janeiro e fevereiro de 2011. "A capacidade produtiva está aumentando (com investimentos das fabricantes), mas a produção cresceu de forma tímida nos últimos meses", afirma o economista da FGV Aloisio Campelo.

Segundo ele, é possível que a política para conter a inflação já tenha tido algum impacto, mas considera que há temores sobretudo por causa da valorização do câmbio, que gerou forte crescimento das importações. Além disso, ele avalia que a demanda externa, que vinha se recuperando ao longo do ano passado, voltou a piorar neste início de ano.

Nesse cenário, o setor empresarial também mostra preocupação com a falta de apoio para o aumento da competitividade. O diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Mauro Miaguti, aponta como fatores de risco a ameaça do produto chinês e a fuga de capital para o setor financeiro, com a elevação dos juros.

CONSUMIDOR  - O consumidor brasileiro também iniciou o ano menos otimista. O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor), divulgado ontem, pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), recuou apenas 0,2% frente a janeiro, mas segue em tendência de queda desde novembro - acumula retração de 4,6%.

O economista da CNI Marcelo Azevedo explica que a redução se deve à percepção do aumento das taxas de juros, em decorrência das medidas de restrição ao crédito baixadas pelo Banco Central em dezembro.




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