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Ex-opositores iraquianos participam do governo provisório
Do Diário OnLine
Com AFP
05/05/2003 | 10:32
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Um grupo de nove pessoas, incluindo dirigentes da antiga oposição iraquiana, deve formar um governo provisório no Iraque que será anunciado até meados de maio, anunciou nesta segunda-feira o administrador civil americano no país, o general da reserva Jay Garner.

"Acho que haverá sete, oito ou nove dirigentes para trabalhar na instalação de um novo governo", declarou o general Garner à imprensa, acrescentando que ainda é cedo para dizer como vai funcionar esta administração. Segundo Garner, o grupo pode ser ampliado para a inclusão de um cristão e, eventualmente, outro sunita.

O general estava se referindo aos dirigentes curdos Massud Barzani e Jalal Talabaini, chefes do Partido democrático do Curdistão (PDK) e da União Patriótica do Curdistão (UPK), respectivamente, a Ahmad Chalabi, chefe do Congresso nacional iraquiano (CNI), Illad Allawi, que dirige o Acordo nacional iraquiano; e Abdel Aziz Al-Hakim, irmão do chefe da Assembléia suprema da revolução islâmica no Iraque (Asrii, com sede no Irã).

Baath - Os Estados Unidos estão sendo obrigados a trabalhar com antigos membros do partido Baath, utilizado pelo ex-presidente Saddam Hussein para governar o país com mão de ferro, para reconstruir o país.

As autoridades americanas impediram alguns dirigentes do Baath de voltarem para seus antigos postos de trabalho, mas os esforços de reconstrução dependem dos membros jovens num país em que era impossível ter acesso a cargos importantes sem jurar fidelidade ao partido.

No setor de petróleo, vital para o Iraque, os americanos mandaram para casa o vice-ministro do Baath, Mazen Jumaa, mas seu colega da Indústria foi mantido no cargo. O novo homem forte do ministério do Petróleo, nomeado pelos americanos, Thamer Ghadhban, passou três meses na prisão na década 1990 por ter criticado a gestão do setor, que hoje constitui a única fonte de recursos para a reconstrução do Iraque.

Na indústria, que contribui com 20% do Produto Interno Bruto iraquiano, o vice-ministro do Baath, Ahmed al Gailini, foi encarregado pela coalizão de supervisionar a gestão do setor.

Os dirigentes americanos reiteraram que o fato de pertencerem ao partido não é motivo para excluir alguém de um cargo automaticamente.

Iraque dividido - Na sexta-feira passada, a imprensa americana, citando funcionários do alto escalão, publicou que Washington prevê dividir o Iraque em três setores, cada qual sob comando próprio: americano para a região de Bagdá, britânico para o sul e um terceiro sob autoridade polonesa.

O ministro polonês da Defesa, Jerzy Szmajdzinski, afirmou que de fato poderia tomar conta de um setor. Segundo o presidente Aleksander Kwasniewski, a Polônia poderia "administrar o norte do país" para onde enviaria entre 1,5 mil e 2mil soldados.

Em cada setor seriam mobilizados soldados da força de estabilização internacional, em processo de formação, atuando em nome dos países da coalizão conduzida pelos Estados Undis e não por mandato da ONU. Seis países (Itália, Espanha, Dinamarca, Bulgária, Holanda e Ucrânia) estariam dispostos a manter tropas com Washington, Londres e Varsóvia.




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