Turismo Titulo
Arte em Casapueblo
Christiane Ferreira
Enviada ao Uruguai
19/08/2010 | 07:13
Compartilhar notícia


Arte, sol e mulheres. Esta mistura está marcada em cada parede da Casapueblo, idealizada pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, que fica em Punta Ballena (pronuncia-se Punta Bajena), a cerca de 15 minutos de Punta del Este.

Artista completo, Vilaró, nascido em 1º de novembro de 1923, em Montevidéu, viveu um período em Buenos Aires, depois seguindo para outros países, assim como o Brasil. Herdou do pai a paixão por construir e, ao descobrir o magnífico cenário de Punta Ballena, começou a erguer a Casapueblo, que atualmente abriga grande parte da sua arte em pinturas, gravuras, esculturas e instalações pra lá de contemporâneas ainda hoje.

O local, construído pelas mãos do artista, tem um forno como inspiração. Tem também linhas arquitetônicas do Mediterrâneo - algumas vezes é possível imaginar que se está naquelas casinhas brancas erguidas nas alturas à beira do mar na Grécia.

A casa é uma homenagem ao sol e às mulheres. Por isso, o visitante não pode perder quando, oito minutos antes do sol se por, Vilaró declama, por meio de uma gravação, poema com toda sua admiração ao astro-rei.

Casapueblo foi erguida em partes. Os brasileiros podem se identificar com o local ao se deparar com nomes de compatriotas ilustres, como o poetinha Vinicius de Moraes e o jogador Pelé.

É também lá que Vilaró mostra sua amizade pelo mestre cubista Pablo Picasso, dizendo que Picasso "generosamente abriu-lhe as portas para o mundo". Uma dica aos apreciadores das artes em geral: aproveitem para adquirir uma das gravuras do artista, a partir de US$ 30. Se houver dinheiro para mais, é possível até levar uma original na bagagem.

NOS ANDES
Dentre a obra literária escrita por Vilaró, uma das mais emocionantes é Entre My Hijo e Yo, la Luna (Entre meu Filho e Eu, a Lua), que conta a história de um avião que caiu na Cordilheira dos Andes em 1972. Entre os passageiros estava Carlos Miguel Páez Rodríguez, filho do artista. Oito dias após o acidente, as buscas foram cessadas. Sem perder a esperança, Vilaró recrutou voluntários e foi em busca do filho e de outros sobreviventes. Após três meses, surpreendentemente, o artista encontrou o rebento e outros passageiros vivos.

A tragédia angustiante ficou conhecida mundialmente pelo fato de os passageiros terem sido obrigados a comer carne humana e tomar água do gelo para sobreviver ao clima gélido da Cordilheira. CF




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;