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Palavra do leitor
Do Diário do Grande ABC
25/04/2017 | 12:39
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Artigo

Temos certo prazer em assistir ao espetáculo tenebroso – pílulas em vídeos de péssima qualidade tanto em som quanto em imagem, mas que já aguardamos o próximo ansiosamente dia após dia, como em seriado viciante. Queremos saber tudo, como se passaram as práticas íntimas destes relacionamentos tão envolventes.

Queremos ver mais, saber mais; já que começou que siga, se revele por completo, sem limites, se desnude à nossa frente – e se mostre exatamente assim, já quase sem pudor, escancarado. Queremos ver, ouvir os sussurros, quantos dólares, euros, joias, o luxo, os presentes e como se chamavam na intimidade de seus encontros entre quatro paredes de lugares nobres. As senhas que os excitavam, as cenas que criavam para as suas estripulias.

Prestamos atenção nos atores dos filmetes legendados; a sala, o ambiente, as roupas que usam, os gestos que fazem, os olhares, como se distraem os advogados que os acompanham. Os delatores têm bom português, se expressam bem e seguem linha de raciocínio. E falam, falam. Falaram mais até do que lhes foi perguntado, se soltaram, aliviados, até excitados, como se tudo aquilo estivesse guardado tanto tempo em suas gargantas que já os machucava.

Assistimos. Homens que ganharam muito, alguns já bem senhores, quase uma centena de empregados da grande empresa que dominava e dirigia o Brasil, cada um em uma área, um canto, com uma missão. Hábeis manipuladores dos fantoches políticos nesse imenso teatro da vida pública de eleitos e autoridades no cenário de grandes obras a céu aberto.

(Como estarão as suas famílias? O que suas abastadas senhoras estão explicando às amigas, como estarão lidando com os bens apreendidos? Com quanto sairão disso?)

Não podemos nos culpar de ter virado voyeurs. É prazer que nos restou, já que Justiça, Justiça mesmo é coisa que vai longe – se é que vai. Foi sacanagem o que fizeram, o que levou o País a uma derrapada brochante. Nada como apreciar os detalhes saborosos, os termos, os traídos, seus amorosos diálogos de sedução, a prostituição escancarada.

Observamos pelo buraco da brecha, da greta ou da fechadura. Da TV, do rádio, da internet. Bisbilhotamos o que disseram. Fofocamos sobre isso nas redes sociais. Tiramos até um sarrinho.

Eles não usaram preservativos em suas relações achando que jamais seriam descobertos ou vistos, e nem nós imaginaríamos que poderíamos vir a assistir cenas tão fortes, tão quentes, tão ousadas.

E que tudo isso nos deixasse assim, com tanta vontade de... esganá-los! De prendê-los com algemas que não são bem as de pelúcia.

Marli Gonçalves é jornalista.

Palavra do leitor

Parque Central

Prefeitura de Santo André, receba meus parabéns pela recuperação da estrutura e cobertura do palco principal do Parque Central. Apesar de localização privilegiada, o espaço raramente foi utilizado para eventos culturais. O descaso das administrações, aliado à ação de pichadores e desocupados, teve seu ápice no fim do ano passado quando perdeu sua cobertura. Agora recuperado e aproveitando que estamos no outono, apresentação de nossa Orquestra Sinfônica para reinaugurar o espaço seria de bom tom. Fica a dica!
Vanderlei A. Retondo
Santo André

Doce, doce amor

Depois de lutar contra câncer, o cantor Jerry Adriani nos deixa (Cultura&Lazer, ontem). Ele, que veio ao mundo em 23 de janeiro de 1947, animou vários bailes, teve vida bonita, um dos ícones da Jovem Guarda nos anos 1960. Descanse em paz, doce amor!
Edson Rodrigues
Santo André

Resposta

Em resposta à carta da leitora Valdirene Lopes (Verdureiro, dia 23) a atual gestão da Prefeitura de São Bernardo esclarece que notificou ontem o vendedor citado, estabelecendo prazo, de 24 horas, para que sua atividade seja retirada. A administração salienta que irá enviar fiscal ao local referido para verificar essa situação e, em caso de descumprimento, a mercadoria será apreendida, assim como a banca utilizada pelo comércio.
Prefeitura de São Bernardo

Estamos ligados

Acorda, Brasil. A CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado, usando mais uma vez as faltas de tino e de juízo e a leviandade da maioria de seus integrantes, está armada para aprovar a ementa do PLS 280/2016, que define os crimes de abuso de autoridade e dá outras providências. É voz corrente em todo País que o interesse da aprovação é para aterrorizar os policiais que prendem os investigados, os procuradores que acusam e os juízes que julgam e condenam. A CCJC é composta por 54 senadores. Deles, 53% já foram delatados na Operação Lava Jato. Dos 27 senadores que não fazem parte da CCJC, poucos se salvam. Estamos de olhos abertos e atentos para as reações e as decisões de Renan, Jucá, Requião, Barbalho, Lindberg, Aécio, Cassio, Humberto Costa etc. Vamos ficar as 24 horas do dia ligados nos jornais, rádios e TVs.
Leônidas Marques
Volta Redonda (RJ)

No Judiciário

Dia 16 a ex-ministra aposentada do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon fez previsão de que a Operação Lava Jato pegará o Judiciário e que muita coisa virá à tona. Quem sabe, se isso realmente acontecer, saberemos finalmente como os banqueiros conseguem manter, por mais de 20 anos, sem julgamento o sequestro das caderneta de poupança. Ficam am perguntas: quem deu a receita das propinas? Odebrecht para os banqueiros ou vice-versa? Enquanto os protestos forem feitos com a camisa da Seleção Brasileira, de óculos Ray Ban e com os filhos pendurados no pescoço, para aparecer na televisão, é isso que merecemos! Acorda, Brasil!
Nelson Sanchez
Santo André

IPTU

Quer dizer que eu pago R$ 1.699 de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) por minha modesta moradia em São Paulo e o gigantesco e suntuoso templo do bilionário bispo Macedo não paga nada? Como se a esmola fosse pouca, 55 senadores aprovaram por unanimidade a isenção de IPTU para os imóveis alugados por igrejas. Mas as indústrias, que empregam e geram riqueza para o País, têm de pagar IPTU dobrado e sofrem com montes de encargos e obrigações! Qualquer boteco precisa tirar nota, controlar estoque, fazer balanço, pagar impostos e taxas. E as igrejas, que recebem dinheiro a rodo, sem garantia nenhuma sobre os prometidos benefícios divinos, nem sequer impostos pagam? É assim que vamos mudar o País? Isso não é absurdo? Minha casa tem 150 metros quadrados, com valor de R$ 400 mil e IPTU, em 2016, de R$ 1.669. O Templo de Salomão, de Edir Macedo, com R$ 700 milhões gastos na construção, 74 mil metros quadrados de área construída tem IPTU em 2016 zero.
João Carlos A. Melo
Capital




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