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No início deste mês, os Correios chegaram a anunciar a rescisão do contrato de patrocínio à CBDA após a prisão de dirigentes, entre eles o ex-presidente Coaracy Nunes, acusados de desviarem cerca de R$ 40 milhões. Depois de apelo feito por Gustavo Licks, interventor nomeado pela Justiça para comandar interinamente a confederação, a estatal anunciou a manutenção do patrocínio somente até maio - a continuidade do contrato ainda depende de um novo plano de gestão e transparência da entidade, que será apresentado pela CBDA no próximo mês.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, o jornal O Estado de S.Paulo obteve cópia do contrato assinado em 31 de janeiro entre CBDA e Correios. O acordo prevê o repasse de R$ 11,4 milhões por dois anos, com pagamentos mensais no valor de R$ 475 mil, totalizando R$ 5,7 milhões por ano. As outras receitas da CBDA para 2017 são R$ 3,6 milhões da Lei Agnelo Piva e R$ 2,5 milhões da venda dos direitos de transmissão de TV de competições.
Uma das cláusulas do acordo com os Correios prevê a suspensão dos pagamentos em caso de "aplicação de qualquer parcela do crédito para outros fins que não os previstos no contrato". O acordo, inclusive, pode ser rescindido "pelo envolvimento ou participação da patrocinada (CBDA) em atos que tragam prejuízo à imagem institucional da patrocinadora (Correios)". Outro tópico estipula possíveis punições à CBDA. Entre as penalidades está a devolução do dinheiro recebido e a declaração de falta de idoneidade da confederação para licitar ou contratar com a Administração Pública. Na prática, a CBDA ficaria impedida de receber recursos públicos.
Diante da ameaça de rescisão do contrato com os Correios, coube ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) garantir o repasse de verbas para a realização de competições já marcadas, como o Troféu Maria Lenk, além da presença dos atletas brasileiros no Mundial de Budapeste, na Hungria, e no Sul-Americano Juvenil de Cali, na Colômbia.
Outras competições, no entanto, correm grandes riscos, e preocupam a atual administração da CBDA. "Risco sempre existe, mas estamos trabalhando para manter o calendário", comentou ao jornal O Estado de S.Paulo o novo coordenador geral de esportes da confederação, o ex-atleta Ricardo Prado - medalha prata nos 400 metros medley nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984.
O Campeonato Brasileiro de Natação Torneio Open, previsto para ser disputado no fim da temporada, tem um custo previsto R$ 100 mil, bancados exclusivamente com verba dos Correios. O Troféu Brasil Masculino de Polo Aquático vive situação idêntica. Programado para junho, no Rio e em São Paulo, o campeonato custará R$ 62 mil e todo o dinheiro viria da cota da empresa estatal. O mesmo vale para várias etapas do Campeonato Brasileiro de Maratonas Aquáticas.
Entre janeiro e dezembro, estão previstos R$ 200 mil com despesas com comissão técnica bancadas pelos Correios. No mesmo período, outros R$ 200 mil da estatal serão destinados para o pagamento de premiações aos atletas. Entre despesas com funcionários, vale-refeição, vale-transporte, plano de saúde, prestadores de serviços autônomos e contratos com pessoas jurídicas, serão outros R$ 950 mil pagos pelos Correios até dezembro.
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