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Nobre assume Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
03/08/2008 | 07:34
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Em uma festa carregada de nomes do movimento sindical, o metalúrgico da Mercedes-Benz Sérgio Nobre foi empossado sábado, em São Bernardo, como novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cargo até então ocupado pelo dirigente da Ford José Lopez Feijóo. O evento contou com a presença de diversos ex-líderes da organização, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nobre assume o sindicato quando a categoria volta a ter 100 mil metalúrgicos na base, consciente da vantagem econômica que tem diante dos ex-presidentes. "Eu sou um privilegiado pelas condições de crescimento que vivemos atualmente, mas temos que discutir um novo modelo sindical", afirmou.

O presidente da CUT, Artur Henrique, defendeu o fim do imposto sindical obrigatório, a ser substituido por uma contribuição negociada com a base, ratificação da convenção 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) - a primeira estabelece a negociação coletiva entre o servidor e o poder público e a segunda,proíbe a demissão sem justa causa -, e o fim do fator previdenciário.

Em seu discurso, o presidente Lula defendeu o movimento sindical. "O sindicato está infinitamente mais forte, muito mais organizado. Os trabalhadores têm mais consciência política hoje do que na minha época, essa é a diferença. Por isso que o metalúrgico de qualquer automobilística do País ganha metade que o do Grande ABC, porque aqui ele é qualificado. É uma conquista da classe e esse é o motivo que faz desse sindicato o mais importante e atuante do País", discursou.

Economia - Lula afirmou que acredita que o momento é preocupante. O presidente contou ao público que, na reunião do G-8 - grupo das oito principais economias do mundo -, ninguém comentou sobre a crise econômica norte-americana. "Acho que essa crise ainda não apareceu. Se fosse o Brasil, a Bolívia, a Venezuela ou a Argentina, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e todo o mundo estaria dando palpite."

Para combater a inflação, que está sendo pressionada pela alta no preço dos alimentos, o presidente destaca a ampliação da linha de crédito para agricultura familiar, e espera a compra de 100 mil tratores até 2010 para dobrar a produção agrícola.

Lula também falou dos próximos projetos e do investimento privado, que está orçado em R$ 400 bilhões até 2012. "Teremos quatro novas siderúrgicas, mais uma refinaria da Petrobras, 4.700 km de ferrovias no Nordeste e, em março, sai a licitação do trem-bala que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro", assegurou.

Quanto à Rodada de Doha, o presidente quer retomar as negociações e disse que ligou para o presidente Bush. "Não trabalhamos tanto para morrer na praia."




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