O frio continua fazendo vítimas na Ucrânia. Só nas últimas 24 horas 53 pessoas morreram. No país o consumo de gás bate todos os recordes, a calefação central está à beira do colapso e os radiadores elétricos já não são mais encontrados.

A crise do gás com a Rússia, que cortou o gás para Kiev (capital ucraniana) no início deste ano, continua e atrapalha novamente as entregas à Europa. O chefe do governo da Ucrânia, Yuri Ekhanourov, pediu às grandes empresas que diminuam seu consumo e até que suspendam a produção para atender às necessidades da população.

A cidade de Lviv é uma das mais atingidas. Os ônibus estão parados, s escolas fechadas e os caixas eletrônicos congelados. "Quando fui trabalhar hoje de manhã, os assentos no microônibus estavam praticamente cobertos de gelo, e tive que ficar de pé", relata Ganna, funcionária de uma usina química. Somente metade dos transportes públicos funcionam nessa cidade em que a temperatura é inferior a -20ºC.

Para proteger os desabrigados, as autoridades instalaram duas barracas militares de 50 vagas cada uma. Todas aquecidas e protegidas por uma patrulha policial.

O frio é ainda pior no leste da Ucrânia, onde a temperatura caiu para -34ºC, o que causou a morte de 16 pessoas nas últimas 24 horas na região de Donetsk. Várias minas tiveram de fechar por motivos de segurança.

O país, que é a principal via de passagem das exportações de gás procedentes da Rússia, admitiu desviar parte do gás destinada à Europa. Kiev afirmou, no entanto, que respeitará seus acordos com Moscou.