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Vírus expõem dados de empresas
Rosângela Barbalacco
Especial para o Diário
26/10/2004 | 11:16
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Pesquisa realizada pelo IDC Brasil (International Data Corporation) revelou que 87% dos problemas de segurança de dados das empresas brasileiras nos últimos 12 meses estiveram diretamente ligados a ataques de vírus. O número está acima da média do mercado americano, que acusou 85%. O estudo analisou 275 empresas, entre médias e grandes, de diversos segmentos. Entre os problemas listados, 48% deles foram causados de forma intencional por hackers. Em segundo lugar estão os funcionários das próprias organizações - que, sem intenção, contribuem para o surgimento de vulnerabilidades nas redes e sistemas empresariais.

O IDC informou que o aumento do número de spams, e-mails indesejados, foi uma das principais causas dos problemas das empresas. O envio de spans representa 37% do total de 91 bilhões de e-mails trocados via internet diariamente.

Eduardo Marcel Nunes Palomaro, analista de sistemas da empresa Tlach Informações, de Santo André, afirma que já sofreu com o problema de segurança na web. Em setembro, sua empresa foi infectada pelo vírus Sasser, que se instalou no servidor. Palomaro demorou 15 dias para detectar o problema e durante esse período houve sobrecarga de tráfego na internet e na rede interna. "O vírus utilizava nossa rede para tentar fazer ataques e derrubar outros servidores."

O principal prejuízo para a empresa, que fornece notícias para operadoras de celulares, foi a lentidão do sistema, 90% maior, disse o analista. Para resolver o problema, Palomaro conta que bastou atualizar o sistema operacional, o antivírus e o firewall. O profissional acredita que o vírus chegou a empresa por meio de um e-mail executado.

Itamar Geroldo, responsável pela área de processamento de dados de duas empresas em Ribeirão Pires, Uninet do Brasil e Sortex, diz que usa um software que gerencia a internet para evitar vírus. "O programa é leve para o servidor e não permite a invasão de pragas por e-mail ou internet", contou. "Nos últimos seis meses, não tive problemas. Minha rede está limpa", afirmou.

Além do gerenciador, cada máquina conta com antivírus próprio. Nas duas empresas atendidas por Geroldo, cerca de 30 pessoas têm acesso a e-mails. O profissional diz que todo os funcionários são instruídos a ter cautela com as mensagens eletrônicas, mas não existe política específica para a educação dos funcionários. "Trabalhamos muitas informações via e-mail e por isso tentamos limpar a mensagem antes de chegar ao usuários."

O professor Lázaro Pinto, coordenador dos cursos de bacharelado em Sistemas de Informação da Fundação Santo André, explicou que são muitos os prejuízos que os vírus podem causar às empresas. "As pragas eletrônicas podem roubar informações, podem instalar softwares espiões e destruir arquivos", diz.

O coordenador acredita que, para evitar invasões, o ideal é usar vários tipos de proteção. Instalar firewall, não receber e-mails zipados, criar uma lista de e-mails que podem ser recebidos e educar os funcionários são algumas das soluções propostas. Para o professor, a internet é uma ferramenta fantástica para troca de informações. Entretanto, para não ser prejudicado por ela, é preciso ter cautela. "Você não encontra alguém na rua e sai contando tudo. O mesmo acontece com a web. É preciso selecionar um grupo de pessoas para se relacionar."




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