Artigo

Aleluia! É a exclamação do dia de Páscoa. Grito de festa e alegria, porque Deus fez vitorioso um povo que estava escravizado ‘nas sombras da morte’ e foi libertado por Moisés. É canto de vitória, porque Jesus realizou a verdadeira libertação, não só de um povo, mas de todos os povos. Hoje, em muitos aspectos, estamos à sombra da morte: os homicídios e latrocínios aumentam em todo o Estado de São Paulo. Somente no Grande ABC o número de vítimas de homicídio sobe 90%. Será que podemos cantar em nossa liturgia da Páscoa “Oh, morte, onde está tua vitória?”

Ouvir a afirmação de que Cristo está vivo parece soar aos ouvidos de muitas pessoas notícia sem valor, ainda mais quando nos deparamos com tantas tragédias, corrupção, abuso de poder e pobreza, tanto espiritual quanto material. Constatamos que em meio a tantas transformações sociológicas e culturais, o homem sente em si a necessidade de buscar o sagrado, pois continua sedento de Deus. Mas, se o homem realmente quer buscar a Deus é preciso não perder a esperança e lutar contra as ações abusivas que escravizam a humanidade. Celebrar a Páscoa nos compromete na luta pela liberdade.

Tudo depende da fé, esta virtude que nos fortalece por dentro. A fé é a vitória que vence o mundo do pecado. E Jesus venceu! A fé nos faz ver além das aparências e além da história. A fé nos abre os olhos da alma, para sentir que não é Deus quem está no mundo, mas é o mundo que está em Deus. Somente quem tem coragem de entrar neste mistério da presença de Deus conseguirá ver o mundo de outra forma: a forma pascal, ou seja, a vida vencendo por último.

Diz-nos o papa Francisco, “para aqueles que em nossas sociedades perderam toda a esperança e alegria de viver, para os idosos oprimidos que na solidão sentem as suas forças esvaindo-se, para os jovens aos quais parece não existir o futuro, a todos eu dirijo mais uma vez as palavras do Ressuscitado: ‘Eis que faço novas todas as coisas’ (Ap 21,5). Que esta mensagem consoladora de Jesus possa ajudar cada um de nós a recomeçar com mais coragem e esperança. E temos tanta necessidade disso! Quem garante a vitória é Jesus. Sofreu e morreu, mas ressuscitou e está vivo. Entrou na morte e a implodiu lá de dentro dela. Recusando a violência e vivendo amor absoluto, Jesus deu a vida por nós. Páscoa é garantia de que a vitória final é de quem vence o mal fazendo o bem. O bem vencerá porque Deus é bom e projetou a criação para a bondade. A vitória de Cristo pelo amor é a morte da morte.

A todo o querido Grande ABC, minha saudação e votos de Feliz Páscoa. Sejam abençoados!

Dom Pedro Carlos Cipollini é bispo diocesano de Santo André.<EM>

Palavra do leitor

Normal
Meu caro José Mayer, você entrou na onda sensacionalista, faltou-lhe personalidade. Basta de tanta hipocrisia, basta de dividir com esta individualidade brutal, cega, que chamam de homofobia, assédio, religião, preconceito, cotas raciais, gênero. Que perda de tempo! Cada um na sua e que assuma seus atos, suas insinuações, seus arrependimentos. Parem de culpar sua consciência. O mundo era melhor, sim. Era e muito! Basta de todos os dias enterrarem a alegria, a criatividade, o sorriso. Eu sei disso porque não sou ‘normal’ e, para piorar as coisas, sou homem. Assim, preciso do que todos precisam para viver. Pare com todos os entraves que me tem colocado, sociedade hipócrita! A vida independente é direito e necessidade prementes que o País tem de parar de ignorar. Eu quero o meu País, eu quero a minha vida.
Luizinho Fernandes
São Bernardo

Política
Um país para ter uma política séria não pode existir foro privilegiado, 513 deputados federais, 81 senadores, uma infinidade de deputados estaduais e vereadores, todos com vários assessores e absurdas mordomias. Mas, com raríssimas exceções, para esse bando de corruptos e ladrões que estão no poder, quem dá prejuízo para o Brasil são os aposentados e funcionários que recebem salário mínimo. Notaram que nessa última relação divulgada pelo STF todos disseram que “agiram conforme a lei e total transparência”? Agora estão surpresos em verem seus nomes constarem dessa lista. A conclusão é que os nomes que foram divulgados deveriam ser enviados para o Vaticano, a fim de serem canonizados, como santos do pau oco e, como tal, mandar quem trabalha com honestidade para o inferno, porque, no purgatório o trabalhador brasileiro já está.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Punir culpados
Será que na eleição programada para 2018 alguém que hoje ocupa um cargo político vai ter a coragem de se lançar candidato depois de ver a imagem de Marcelo Odebrecht transmitida pelas TVs de todo o País dizendo: “Eu não conheço nenhum político no Brasil que tenha sido eleito sem caixa 2”. “O político que disser que não recebeu caixa 2 está mentindo”. Queiram ou não, Marcelo Odebrecht afirmou que a eleição no Brasil é mentirosa, que as empresas que prestam serviços aos governos federal, estadual e municipal é que determinam os políticos, através de propinas. Chegamos à conclusão de que são pouquíssimos os grãos de trigo existentes no meio desse joio. Agora deu para entender o por que deterioraram as dez medidas contra a corrupção. A solução para punir os culpados é transformar o Maracanã em megaprisão e, se faltar vaga, temos outros estádios, inúteis desde 2014.
Leônidas Marques
Volta Redonda-RJ

Previdência
Por mais que os políticos tentam, não há como explicar as suas responsabilidades pelos estragos feitos na Previdência Social. Os trabalhadores contribuem normalmente com o instituto, mas veem seu benefício sempre menor do que pagam. Ao contrário do que acontece no setor público, onde se aposentam com quanto querem, sem contribuir proporcionalmente, invadem os recursos do setor privado e aí surge o famoso rombo previdenciário que o FHC ainda tentou arrumar tratando apenas do setor produtivo, o privado, mas nunca tocando no setor público, onde estão os chupins da nação. Por que nenhum grande economista vem orientar tecnicamente uma solução viável e justa para os brasileiros produtivos?
Benone Augusto de Paiva
São Paulo