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Comércio on-line cresce 5,8%
Gabriel Russini
Especial para o Diário
14/04/2017 | 07:00
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Divulgação


O faturamento real do comércio on-line no Grande ABC registrou R$ 1 bilhão em transações no ano passado, o que representa alta de 5,8% na comparação com 2015, sendo responsável pelo segundo melhor desempenho do Estado. Os dados da pesquisa são da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), em parceria com a Ebit, empresa que classifica o nível do serviço prestado pelos sites de e-commerce. O Diário teve acesso exclusivo ao levantamento.

A economista da entidade, Júlia Ximenes, atribui o resultado ao potencial econômico da região. “Por ser uma área extremamente industrial que acaba puxando os demais setores, o resultado não chega a ser uma surpresa de outro mundo.” Júlia afirma que os impactos da Black Friday e do Natal contribuíram para o desempenho, mas faz um alerta: “A base estatística de 2015 é fraca. É válido dizer que 2016 foi bom, mas nada de espetacular”.

A pesquisa mostra que no ano passado foram solicitadas 2,5 milhões de compras pela internet, queda de 1,6% na comparação com o ano anterior, que obteve 2,6 milhões de pedidos. O valor médio foi que aumentou, passando de R$ 372,22 para R$ 400,23, entre um ano e outro. Em relação ao montante arrecadado no varejo em geral, a participação do comércio on-line é de apenas 3,1%.

Questionada sobre o aumento do valor gasto, Júlia diz que a média não condiz exatamente com a realidade. “Pessoas que compraram celular, por exemplo, entram no mesmo rol de quem comprou um eletrodoméstico maior. Portanto, isso não significa que os preços dos produtos aumentaram.”

Ainda de acordo com o estudo, no quarto trimestre de 2016, as comercializações pelo comércio eletrônico somaram R$ 353,8 milhões na região, alta de 38,3% em relação ao mesmo período do ano retrasado. O tíquete médio seguiu pelo mesmo caminho, apresentando percentual positivo de 30,8%, ao passar de R$ 330,20 para R$ 431,97.

As compras em 2016 realizadas na região fizeram com que a participação no comércio eletrônico subisse 0,9 pontos percentuais ao passar de 2,9% para 3,8%, no varejo como um todo. As sete cidades, juntamente com Araçatuba, representam as maiores taxas de participação das regiões pesquisadas pela Federação.

Para este ano, a economista espera desempenho melhor do que o registrado em 2016. “A inflação e a taxa de juros estão menores. Tendo em vista esses fatores, a oferta de crédito será grande e menos restrita para a população e, como consequência disso, o consumo das pessoas será maior.”

Na quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou a quinta queda seguida da Selic (taxa básica de juros), passando de 12,25% para 11,25%, patamar similar ao de setembro de 2014.

Estado registra queda no desempenho acumulado real

O ano de 2016 foi cheio de altos e baixos para o e-commerce estadual. O setor iniciou os três primeiros meses em baixa, com queda de 7,4% em faturamento, sempre na equiparação com 2015. No segundo trimestre, as receitas verificaram alta de 1,4%, voltando a cair nos três meses posteriores, com recuo de 6,6%. Por fim, no último trimestre, o setor voltou a registrar alta,alcançando faturamento real de R$ 5 bilhões, 5,7% maior do que o mesmo período em 2015.

Com as altas e baixas, o acumulado anual das vendas teve recuo de 1,4%, o segundo ano consecutivo de desempenho negativo. O número de pedidos no período caiu 3,2%, de 12,413 milhões no quarto trimestre de 2015, para 12,014 milhões em 2016. A Fecomércio-SP ressalta que as transações on-line refletiram os efeitos da restrição de renda causada pelo aumento nos preços, pelas taxas de juros e pelo desemprego. Para grande parte da população, a aquisição desses produtos só pode ser feita por meio da tomada de crédito e parcelamento.

A Federação acredita que este processo de baixas esteja próximo do fim, tendo em vista que, grande parte dos agentes (consumidores e empresários) sinalizam aumento no nível de confiança, estabilidade nos preços dos produtos básicos, além de mais reduções no percentual da taxa de juros.




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