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À espera de ataque, Bagdá parece 'cidade-fantasma'
Da AFP
19/03/2003 | 15:54
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A poucas horas do final de um ultimato que pode marcar o começo de uma guerra, Bagdá tinha nesta quarta-feira o aspecto de uma "cidade-fantasma".

As avenidas estão vazias. As vitrines das lojas estão protegidas com muros de pedra. Um manto de poeira cinzenta cobre o céu, tornando a atmosfera ainda mais lúgubre.

Há semanas os moradores de Bagdá tentam ignorar o conflito que se aproxima. Mas, após a recusa do presidente Saddam Hussein em deixar o poder, como exige Washington, sabem que mais uma guerra vai acontecer.

O presidente norte-americano, George W. Bush, disse que suas forças invadirão o território iraquiano caso o ditador Saddam Hussein não deixe o Iraque até as 22h (horário de Brasília).

A presença de forças paramilitares se tornou mais ostentosa, mas não se via nenhuma mobilização do Exército ou da Guarda Republicana no centro da capital.

Nos cruzamentos, ou diante dos prédios oficiais, os militantes do partido no poder, Baath, vão tomando posições nos redutos com sacos de areia. Armados com fuzis de assalto e fumando cigarros, sem preocupação aparente, conversam e riem.

Os policiais encarregados da circulação, cada vez menos ocupados, no meio das vazias avenidas, receberam também armas e capacetes. Inclusive os bombeiros foram mobilizados.

Em cada rua as famílias que esperaram até o último momento para abandonar a cidade, carregam seus carros ou sobem nos ônibus com maletas e bolsas de plástico.

A capital iraquiana, com mais de 5 milhões de habitantes, não está experimentando o mesmo êxodo em massa da guerra de 1991. Agora só puderam fugir os que têm meios para encontrar um refúgio. O restante se esconde em suas casas, esperando as primeiras horas do conflito.

Os canais de televisão só transmitem programas de guerra. O canal do filho mais velho do ditador Saddam Hussein, Uday, retransmite os telefonemas dos cidadãos iraquianos que denunciam a ofensiva dos Estados Unidos contra seu país.

A televisão estatal transmite sem parar as imagens das manifestações dos em apoio a Saddam, que ocorreram nos últimos dias.




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