O biógrafo de Federer acredita que o prazer de jogar e a "dosagem" na escolha dos torneios poderão render ainda algumas temporadas ao suíço no circuito. "É o amor pelo tênis que mantém ele seguindo em frente. E ele consegue dosar sua fome pelo jogo ao não jogar tanto, estimulando a si mesmo. É o que vai acontecer agora, com um longo descanso que vai ajudá-lo a chegar faminto em Paris [Roland Garros], em Wimbledon, em Nova York [US Open]", afirma o jornalista que acompanha a carreira do suíço desde a infância.
Federer decidiu, após vencer o Masters 1000 de Miami, que ficaria de fora da maior parte da temporada de saibro na Europa. Só deve competir em Roland Garros. A ausência, contudo, não deve preocupar os fãs. "O que mais chama a atenção no Federer hoje é que ele está curtindo o jogo. E a primeira coisa que faz um jogador parar é a cabeça, não o físico", disse Thomaz Koch. "A cabeça é que comanda o espetáculo. Quando ele cansar do circo, quando for um sacrifício treinar, aí sim ele vai cair fora."
Para René Stauffer, o que motiva Federer são os títulos importantes e a competitividade. "O ranking agora não é mais importante. Ele nunca foi muito de perseguir recordes ou estatísticas. Mas atingir a marca de 100 títulos poderia ser uma boa meta", afirmou. O suíço soma agora 91 troféus no circuito profissional.
Enquanto mira a grande marca, Federer inspira o mundo esportivo. "Essa nova fase dele é um bônus para o tênis e para o mundo do esporte em geral", diz Thomaz Koch. "Federer serve de exemplo para quem está dentro e fora do tênis. Um jogador que já obteve tantos títulos, o maior vencedor de toda a história da modalidade, continua disposto a melhorar, a aprimorar. Isso é absolutamente incrível", comentou Gustavo Kuerten.
De acordo com o biógrafo do suíço, Federer tem consciência de sua importância atual para o tênis. "Ele sabe que pode levar muita alegria para as pessoas e ajudar o tênis em geral, se continuar jogando", afirmou Stauffer.
Para veteranos do tênis brasileiro, a importância do suíço para o tênis atual é incalculável. "Hoje ele é um ícone que transcendeu a barreira do esporte, se tornou uma personalidade. E isso dá muita publicidade e exposição para o tênis", afirmou André Sá, que convive com o suíço no circuito. "São caras como ele que fazem as pessoas verem mais tênis na TV, que fazem o público consumir mais tênis", concordou Fernando Meligeni.
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