Economia Titulo Desde 1994
Inflação do trimestre tem menor marca desde 1994

Percentual de março também é o mais baixo para o mês desde 2012; IPCA deve fechar na meta

Gabriel Russini
Especial para o Diário
08/04/2017 | 07:21
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Divulgação


O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação do País, acumulou 0,96% no primeiro trimestre, pouco mais de um terço dos 2,62% registrados nos primeiros três meses do ano passado. Trata-se da menor variação para o período desde o início do Plano Real, em 1994, quando a inflação ficou em 182,96%, e passou a 4,33% no ano seguinte.

No mês passado, a inflação alcançou 0,25%, o mais baixo patamar para o mês desde 2012, quando a variação tinha sido de 0,21%. Em março de 2016, o IPCA havia acelerado 0,43%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPCA mede a inflação para famílias que têm rendimentos mensais entre um e 40 salários mínimos, que vivem em 13 regiões metropolitanas do País.

No acumulado do último ano encerrado em março, o índice atingiu 4,57%, menor do que os 4,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Com esse desempenho, a projeção é de que a inflação termine 2017 dentro da meta estipulada pelo BC (Banco Central), de 4,5% ao ano – o que não ocorre desde 2009, ano da crise financeira internacional, quando o IPCA fechou em 4,31%.

Para o professor de economia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) George Sales, o resultado não é “100% positivo”. “É bom por um lado e ruim por outro. A queda da inflação está mais atrelada à diminuição da atividade econômica. O consumo está baixo em razão do aumento do desemprego, o que gera menor renda e faz com que os preços subam menos”, analisa.

PESO NO BOLSO - Com impacto de 0,15 ponto percentual, a maior parte do índice ficou na conta da energia elétrica, que subiu 4,43% em março e levou o grupo habitação a atingir 1,18%.

O peso maior no bolso do consumidor reflete a cobrança da bandeira tarifária amarela no valor de R$ 2 a cada 100 kWh consumidos, aliada a aumentos ou reduções nas parcelas do PIS/Cofins.

As despesas com habitação também ficaram mais elevadas, com alta de 1,18%, diante do aumento de 1,13% no botijão de gás. O reajuste médio de 9,8%, repassado às refinarias pela Petrobras, entrou em vigor no dia 21. No Grande ABC, houve acréscimo de R$ 2,10, que elevou o custo do botijão para R$ 67, em média.

Já o grupo de alimentação e bebidas mostrou aceleração de 0,34% em março. Na avaliação da coordenadora de índices de preços ao consumidor do IBGE, Eulina Nunes, o aumento é normal para esta época do ano. “Os preços sobem por conta da chegada da Semana Santa, principalmente no caso de alimentos como batata e peixe, comuns nos pratos típicos.”

A respeito das desacelerações, quatro dos nove grupos de produtos e serviços recuaram: transportes (-0,86%), comunicação (-0,63%), artigos de residência (-0,29%) e vestuário (-0,12%). Destaque para a gasolina, cujo preço do litro ficou, em média, 2,21% mais barato.

Para abril, o IBGE aponta que o IPCA continuará sofrendo impacto do reajuste no valor do gás de cozinha. Por outro lado, a conta de luz deve ter queda de até 19,5% por conta de restituição aprovada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que na região será de 12,44%. No entanto, devido à bandeira vermelha, haverá acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh.
 




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