O PT vai repetir neste ano a campanha para que seus cerca de 821 mil filiados paguem antecipadamente, e em parcela única, a contribuição anual. No ano passado, o partido fez a campanha para arrecadar recursos para disputar as eleições municipais. O preço da anuidade varia de acordo com os salários dos filiados e da condição deles (se ocupam ou não cargos eletivos e de confiança).

O secretário de Finanças da legenda, Delúbio Soares, disse acreditar que "boa parte" dos cerca de R$ 83 milhões previstos de arrecadação com as anuidades deve ser recolhida entre março e abril, período em que o partido vai oferecer 20% de desconto no pagamento da taxa. Desta vez, parte dos recursos será utilizada para saldar as dívidas da campanha, principalmente nas capitais.

A estimativa do partido é de que a "dívida eleitoral" esteja na casa dos R$ 6 milhões. Mas há possibilidade de o valor ser maior. "Não estou procurando dívidas. Estou tomando conhecimento aos poucos", comentou o secretário de Finanças do PT. "Mas todos os compromissos certamente serão honrados", acrescentou.

A renegociação da dívida está sendo realizada pelos diretórios municipais, que foram orientados pela direção nacional da legenda a assumir legalmente os débitos e buscar junto aos fornecedores prazos de pagamento. "Em 2002, quando fui responsável pelas finanças da campanha de Lula à Presidência, terminamos a eleição com dívida de R$ 700 mil, mas em seis meses conseguimos quitar tudo", disse Delúbio na quarta-feira, ressaltando não acreditar que existam problemas maiores desta vez.