O vereador Eliseu Gabriel (PDT) afirmou nesta quinta-feira que os primeiros extratos obtidos com a quebra de sigilo telefônico do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) revelaram “quantidade estratosférica de ligações para paraísos fiscais”. O ex-prefeito teve seu sigilo fiscal, bancário e telefônico quebrado depois de ter sido informado por autoridades suíças que ele seria beneficiário de contas bancárias no país e que estas teriam sido transferidas para a ilha de Jersey, um paraíso fiscal no Canal da Mancha.

De acordo com o vereador, a maioria das ligações são de longa duração e os contatos coincidem com o roteiro do dinheiro enviado por Maluf para fora do país.

Nesta quinta-feira, quatro dos sete vereadores da CPI da Dívida Pública de São Paulo se reuniram. Eles passarão o feriado prolongado analisando os documentos da quebra de sigilo telefônico do ex-prefeito para se prepararem para o novo depoimento que ele deverá prestar na Câmara Municipal, na segunda-feira.

A BCP Telecomunicações e a Telesp Celular entregaram seus documentos aos vereadores. A Intelig também enviou nesta quinta as suas informações. As ligações são referentes apenas a partir de janeiro de 2000, já que apenas a partir deste mês a empresa começou a operar.

A Embratel, que operava no Brasil em todo o período à que a quebra de sigilo se refere, janeiro de 1993 a agosto do ano passado, deve enviar as informações aos membros da CPI nos próximos dias.

A presidente da CPI, vereadora Ana Martins, afirmou no início da semana que já foram descobertas ligações telefônicas de Maluf para as ilhas de Jersey, paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha onde o ex-prefeito seria beneficiário de contas com depósitos superiores a US$ 200 milhões.