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Sebrae desafia 44 mil universitários em jogo virtual
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
19/08/2002 | 19:11
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O Brasil é o quinto país com maior número de pessoas dispostas a abrir negócios, de acordo com estudo da Global Entrepreneurship Monitor, entidade internacional especializada em pesquisas sobre empreendedorismo. Em contrapartida, mais da metade das empresas fecham antes do terceiro ano de vida, quase sempre por causa da falta de experiência de seus gerenciadores. Para evitar que os futuros empreendedores cheguem despreparados ao mercado de trabalho, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) desenvolveu o Desafio Sebrae, jogo virtual para estudantes universitários que simula o dia-a-dia de uma empresa, levando em conta todas as possibilidades de erros e acertos na tomada de decisões.

Cerca de 44 mil alunos, divididos em 10 mil equipes, deverão participar da disputa, que neste ano chega à terceira edição. São Paulo é o Estado recordista em número de inscritos, com 2.174 equipes e 9.177 participantes. Segundo o coordenador do programa, Marcelo Cunha, a necessidade de desenvolver uma cultura empreendedora, não só ao empresário como também ao funcionário, é o principal fator responsável pelo aumento no número de inscrições – em 2000 foram cerca de 900 alunos, quantidade que subiu para um total de 15,5 mil pessoas no ano passado.

As equipes devem ter de três a cinco componentes, e o jogo é dividido em quatro fases: duas on-line e outras duas presenciais. De acordo com Cunha, a primeira fase será realizada nos meses de agosto e setembro, quando as equipes começarão a enviar suas decisões gerenciais via protocolo http, de transmissão de dados, para a coordenação do projeto. O dia exato para a largada, no entanto, é mantido em sigilo porque, segundo Cunha, “faz parte do jogo a tarefa de os participantes permanecerem atentos ao que está se passando”.

Pela primeira vez no jogo, a empresa virtual a ser comandada pelos estudantes terá como tema uma indústria real: a franquia de cosméticos paraense Chamma da Amazônia, criada há 40 anos em Belém. Os classificados na primeira etapa irão para a segunda fase – em setembro e outubro –, que também é on-line e definirá os melhores de cada Estado. “O software será o mesmo usado na primeira etapa, mas com outra situação de mercado”, disse Cunha.

Nas demais fases, os alunos terão de estar presentes para vivenciar a empresa e tomar decisões em conjunto. A terceira etapa, em novembro, será formada por rodadas em várias partes do país; e a grande final será em dezembro, na cidade de Brasília (DF).

Universitários de qualquer área profissional podem participar do desafio. Para Marcelo Cunha, a principal contribuição do projeto é dar a oportunidade de o aluno errar, ensinando-o antes que ele chegue ao mercado de trabalho. “Um médico, por exemplo, quando abre um consultório, passa a ter de tomar decisões como contratar funcionários e outras tarefas relativas à administração de uma pequena empresa. Ele precisa estar preparado.”

O aprendizado também é o principal objetivo do estudante Fulvio Czorny dos Reis, 20 anos, que integra a equipe Justiça Ltda., formada por alunos do 3º ano da Faculdade de Direito São Bernardo. “O desafio dá uma boa base para quem pretende ser um jovem empreendedor”, diz o universitário, já pensando em utilizar os conhecimentos administrativos para, futuramente, abrir um escritório de advocacia.

Outro representante da equipe é o andreense Felipe Raminelli dos Santos, 21anos, que destaca a união dos integrantes como a principal vantagem de sua empresa virtual. “A lição que vejo no Desafio é a possibilidade de aprender a trabalhar em grupo e tomar as decisões, sem hierarquias. A gente aprende a agir como empresário e conhece a dinâmica do mercado, que vai da consulta de boletins de mercado financeiro a pesquisas e veiculação na mídia.”

Premiação – Na segunda fase, os vencedores de cada Estado receberão um troféu e inscrições gratuitas para um curso de empreendedorismo do Sebrae, chamado Empretec. A escola onde a equipe estuda também recebe um troféu.

Na semifinal nacional, cada membro dos oito grupos classificados ganhará um desktop. E os integrantes da equipe que somar o maior número de pontos na final serão premiados com uma viagem para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), onde estão as principais empresas e centros universitários de informática do mundo.




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