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Pesquisa aponta ano de contrastes na América Latina
Das Agências
07/12/2000 | 14:17
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O ano 2000 foi marcado por contrastes no tema dos direitos humanos na América Latina, com esperança de melhorias no México e agravamento da situaçao na Colômbia, enquanto Equador e Paraguai confirmaram a fragilidade da democracia na regiao, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Em Chile e Argentina, se avançou até a puniçao de antigos ditadores de direita, mas em Cuba o regime de repressao continuou restringindo a liberdade de expressao, associaçao e assembléia, e no Haiti os seguidores de um líder populista apelaram abertamente à fraude e à violência nas ruas para esmagar a oposiçao e se apossar do aparelho governamental, concluiu a ONG Human Rights Watch (HRW).

O relatório - divulgado às vésperas do Dia Mundial dos Direitos Humanos, 10 de dezembro - critica a falta de uma estrutura global forte para fazer respeitar as convençoes sobre o assunto e cita como exemplo as atrocidades cometidas pela Rússia na Chechênia e as que ocorreram na guerra civil de Serra Leoa.

Para a HRW, a situaçao mais grave na América Latina é a da Colômbia, pelo número freqüente de vítimas e o aparente desprezo das partes pelo banho de sangue causado pelo conflito prolongado. A maioria das vítimas é de civis ``e todos os grupos - de um lado militares e paramilitares associados, e do outro as guerrilhas - cometem atrocidades, sem puniçao', afirma a HRW.

``Apesar das afirmaçoes em contrário por parte do Governo, há provas irrefutáveis de que as forças armadas continuam envolvidas em violaçoes dos direitos humanos, assim como apoiando os paramilitares, que sao responsáveis pela maioria dos abusos', sustenta o relatório.

O caráter do conflito colombiano ``mudou com a entrada dos Estados Unidos como grande investidor, levando 1,3 bilhao, a maior parte em ajuda militar'. Mas os americanos parecem pouco dispostos a usar sua influência para pressionar pelo maior respeito aos direitos humanos, queixa-se a HRW, assinalando que o presidente Bill Clinton dispensou o cumprimento de seis das sete condiçoes impostas pelo Congresso para desembolsar a primeira parte da ajuda.

No Peru, os 10 anos do regime autoritário de Alberto Fujimori deixaram um sistema judiciário em ruínas e um sistema político desarticulado, diz o relatório, que foi escrito antes da renúncia de Fujimori.

O México aumenta a esperança de mudanças, com a derrota do Partido Revolucionário Institucional depois de 71 anos no poder. O presidente Vicente Fox demonstrou uma abertura ao tema dos direitos humanos sem precedentes na liderança desse país, diz a HRW.

Em Brasil, Argentina, Guatemala, Haiti, México e Venezuela, continuam os abusos por parte das forças de segurança, que continuam gozando de imunidade, denuncia o relatório.




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