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Exportação é debatida no seminário
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
11/03/2009 | 07:00
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A exportação é uma das forças motrizes das empresas no Grande ABC. Relacionadas quase que integralmente à indústria automobilística, as vendas ao comércio exterior têm sido bastante prejudicadas desde outubro, quando se deu o estopim da crise financeira internacional. Tanto que a preocupação com a atividade será levada hoje e amanhã ao seminário O ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, que busca discutir propostas e soluções aos reflexos turbulência na região.

Segundo dados recentes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as exportações caíram 58,2%, se compararmos fevereiro com o mesmo mês em 2008, e recuaram 50,5% em relação a janeiro deste ano - o que explicita que as compras no mercado externo estão rumando à estagnação. "Nossos clientes só compram o estritamente necessário, pois vêem o que têm no estoque e que peças precisam. Se antes trabalhávamos com programas a médio prazo, hoje não temos horizonte. As encomendas ocorrem mês a mês", conta Ricardo Pugliese, diretor comercial da Prats Masó, de Santo André, uma fundição que faz peças de alumínio para terceiros.

Segundo Pugliese, em fevereiro a produção chegou a 35% do que era feito em outubro. O mau resultado foi impulsionado em grande parte por conta das exportações, que correspondem a 25% do total produzido. "Nos Estados Unidos e na Europa, onde temos nossos clientes, a situação está muito pior que no Brasil", diz.

Entre seus clientes encontram-se a Mercedes-Benz, a Scania e a PSA, todas relacionadas à fabricação de veículos comerciais, setor que demora mais a reagir, de acordo com o executivo. "Embora o dólar esteja favorável, veículo comercial é como uma máquina, você só compra se tem receita e se tem o que transportar. Se o fluxo de mercadorias diminui, a necessidade de transportá-las também. Ninguém investe em uma máquina só porque o preço está bom. Além disso, muitos têm optado pela manutenção". Pugliese comenta a atuação do governo em relação à exportações no País e nos demais exportadores em desenvolvimento. "Nos Tigres Asiáticos e na China há uma ação coletiva mais forte que no Brasil. Eles falam menos e agem mais, o que os torna mais competitivos".




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