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Cia. de Dança apresenta 'Genética de uma Memória'
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
01/12/2003 | 20:08
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A fim de comemorar a reinauguração do Centro de Memória de Diadema, destruído por um incêndio criminoso em 3 de julho, a Cia. de Danças de Diadema mostra nesta quarta a performance Genética de uma Memória. A apresentação está marcada para as 19h30, no próprio Centro de Memória, e tem entrada franca.

Criada e produzida pela companhia especialmente para a ocasião, a performance se divide em cinco cenas, costuradas pelo ator Ton Carbones. Desenvolvidas pelos bailarinos do grupo, as cenas se desenrolam em locais diferentes do Centro de Memória – o público as acompanha sempre de perto. As cenas: Memórias Sufocadas, de Tony Siqueira e Denise Passos; Jardim das Almas, de Ana Bottosso, Cláudio Guedelha, Dinah Perry, Eloy Siqueira e Leandro Benedicto; Gradil, de Fernando Machado e Tony; Teia de Lembranças, de Tatiana Guimarães e Cínthia Nisiyama; e Renascer da Fênix, de Dinah e Benedicto.

“Genética de uma Memória envolve uma interação com o local. É uma performance porque trabalha-se com o improviso, acontece muito no momento [da apresentação]. Claro que tem uma teatralidade nisso”, afirma a diretora geral da companhia, Ana Bottosso. A linha de trabalho, então, é a da dança-teatro. “Pela própria adequação [da montagem] ao espaço, há muita margem para criar. Não é uma performance fechada”, diz.

Ana afirma que as principais diferenças de Genética de uma Memória para os espetáculos de dança contemporânea da Cia. de Danças de Diadema, como No Prego, estão “na própria criação, feita em cima do espaço”. “O tipo de pesquisa é diferente.” Além disso, “não existe a caixa preta de um teatro”.

Neste caso, trabalhou-se “mais com a técnica de contato e improvisação”. “Com essa prática surgem idéias e parcerias no ato da criação”, diz Ana. Inexiste, portanto, um coreógrafo a ditar movimentos – as seqüências são criadas coletivamente. E há o ator, “que mistura texto e dança e conduz o público”. O texto? “Entre outras coisas, tem a poesia de Mario Quintana, mas nada no sentido da lógica [cartesiana]. São referências ao incêndio que aconteceu.”

O tom é de celebração pela reabertura do Centro de Memória, não de lamentação pela destruição: “Há um sentido positivo. A memória não se apaga, a esperança não se perde”. Para Ana, “pensar no que representa o passado é preparar o futuro, prevenir coisas negativas e projetar boas perspectivas, seja para a própria vida ou para o país”.

Segundo o diretor do Departamento de Cultura, Esporte e Lazer de Diadema, José Tadeu Mota, o novo Centro de Memória “possui uma estrutura melhor, com sala climatizada e auditório”. “Sobrou do incêndio um grande número de fotografias. Alguns documentos foram recuperados, outros as pessoas estão trazendo. O Centro de Memória é fundamental para a cidade, que é jovem mas tem seu histórico, suas lutas. Povo sem memória não possui futuro”, afirma.

Genética de uma Memória – Performance. Direção de Ana Bottosso. Com a Cia. de Danças de Diadema. Quarta, às 19h30. No Centro de Memória de Diadema – av. Alda, 255, Diadema. Tel.: 4043-0700. Entrada franca.




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