Política Titulo Perspectiva
Edinho ainda aposta em parceria de Alex e Marinho
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
19/03/2012 | 07:58
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Andréa Iseki/DGABC


Presidente estadual do PT, o deputado Edinho Silva conta algumas articulações da legenda para o Grande ABC e garante que não desistiu de ver Alex Manente (PPS) no mesmo palanque que Luiz Marinho (PT), candidato à reeleição à Prefeitura de São Bernardo e uma das principais apostas da sigla para a eleição estadual. O popular-socialista está bem afinado com o PSDB.

Sem estabelecer metas numéricas de conquistas de Prefeituras, Edinho prevê no crescimento da candidatura do deputado estadual Carlos Grana, nome escolhido pelo PT - com a bênção do ex-presidente Lula - para retomar o Paço de Santo André. O petista também crê em diálogos avançados com o PMDB, a despeito do mal-estar dos peemedebistas com o PT em Brasília e vislumbra que as administrações do partido em São Bernardo, Diadema e Mauá podem ser trunfos importantes para ter hegemonia regional.

Diário - Até que ponto as alianças feitas em São Paulo vão interferir nas outras cidades?

Edinho Silva - Não vão atrapalhar. Tem ansiedade criada em relação à Capital que não pode ser nossa. Por que temos de ter essa ansiedade? Essa ansiedade só atrapalha. A política de aliança no Estado vai indo muito bem. Pelo último balanço, o PT terá mais de 300 candidatos em todo Estado de São Paulo (incluindo os sete municípios do Grande ABC), e está sendo construída com política de aliança, discutindo com o arco de alianças do governo Dilma (Rousseff, PT), que é o aprovado no último congresso do PT. Vejo que as coisas estão indo muito bem. No Grande ABC, as coisas estão indo muito bem. Nas principais cidades estamos com tática eleitoral definida. Ribeirão Pires temos a Maria Inês (Soares) com tática definida. E com chances de ganhar muitas Prefeituras da região.

Diário - Em Santo André dizem que a campanha do deputado Carlos Grana ainda não decolou. Como o senhor visualiza esse caso?

Edinho - É natural. O Grana nunca disputou cargo executivo, como o Fernando Haddad em São Paulo. Quem nunca disputou cargo executivo tem recall menor. Nesse momento, o processo eleitoral não está medindo intenção de voto porque a campanha não está colocada. Você mede quem tem maior recall. E o Grana não tem porque nunca concorreu em eleição majoritária. Mas ele vai crescer na hora certa, quando começar a campanha e vai surpreender muita gente no Grande ABC.

Diário - Como pode ser desenvolvida a estratégia para alavancar a candidatura em Santo André?

Edinho - O Grana está fazendo isso. É um dos melhores quadros do PT. Na nossa bancada é liderança fundamental. Inclusive, a eleição do Grana vai fazer muita falta na bancada. Vai surpreender muita gente no Grande ABC.

Diário - Como ficarão as alianças com o PMDB no Grande ABC? Em Brasília, houve mal-estar da bancada peemedebista com a presidente Dilma.

Edinho - Política de aliança não é uma forma que você coloca e tenta adaptar à realidade. Ao contrário. Tem de olhar a realidade e ver até onde consegue impor a aliança. No Grande ABC temos dialogado muito com o PMDB. Onde será possível coligar no primeiro turno, vamos fazer e onde não for, vamos coligar no segundo turno.

Diário - Em quais cidades há possibilidade desta coligação com o PMDB no primeiro turno? Santo André e São Caetano são viáveis?

Edinho - Pode ser. Estamos conversando. Em Ribeirão Pires, por exemplo, está definido. Maria Inês é candidata a prefeita. Infelizmente não dará para compor com o PMDB, que lançará candidatura. Mas há conversas. Nossa candidata é a Maria Inês.

Diário - Mas dizem que há movimentações em Brasília que podem aproximar o PMDB do PT em algumas cidades, como Ribeirão Pires.

Edinho - Respeitamos o PMDB de Ribeirão Pires. As conversas têm de se dar primeiro lá. Claro que existe proximidade PT e PMDB no Brasil e no Estado também, mas temos de respeitar a realidade de Ribeirão Pires. Não vamos abrir mão da cabeça de chapa em Ribeirão Pires.

Diário -Em São Bernardo, há articulação do PSDB para atrair Alex Manente. Como o PT vê essa movimentação?

Edinho - Temos diálogo muito bom com o deputado Alex Manente. Tanto na Assembleia quanto o (Luiz) Marinho em São Bernardo. Não acredito (que haja parceria entre Alex e PSDB). O Alex eu julgo liderança moderna no ponto de vista de fazer política. Na Assembleia tem tido postura muito arrojada do ponto de vista de pensar política e de se atualizar. Alguém com seu perfil tem capacidade de diálogo muito grande. E o Marinho é uma liderança de diálogo. Acredito muito na capacidade de dialogar.

Diário - Como será o papel do ex-presidente Lula nas campanhas do Grande ABC?

Edinho - Será dentro de suas possibilidades. Ele se recupera muito bem, acredito que no fim do mês ele retome suas agendas. Teremos cautela, claro. Mas quem conversa com ele tem dito que ele está animado, disposto. Então acredito que ele terá papel de destaque neste ano. Ele é morador do Grande ABC. Evidentemente que ele acabará dialogando muito com o Grande ABC, terá papel importante na campanha do Grande ABC. O que temos de entender é que o Lula tem papel nacional. Não dá para criar expectativa além da possível

Diário - Em quantas prefeituras há chance de conquista? Há metas numéricas?

Edinho - Espero que todas. Mas eu não sei. É difícil lançar meta numérica. Estou otimista pela capacidade de radiar da experiência de Diadema, de São Bernardo e de Mauá. São experiências que radiam políticas públicas para todo o Grande ABC e ajudam a formar opinião. As três cidades são ambientes favoráveis a grandes vitórias.

Diário - A entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa de São Paulo muda o cenário no Grande ABC?

Edinho - Acho que nada. Temos de respeitar o Serra, liderança que merece nosso respeito. Temos de respeitar o fato de ele entrar na disputa eleitoral em São Paulo. Em nada interfere, muito menos na Capital, no Grande ABC ou na Região Metropolitana.

Diário - Como o arco de alianças em Brasília está sendo tratado para formação de candidaturas da Região Metropolitana de São Paulo?

Edinho - É natural que os partidos conversam. É o momento das conversas. O PT tem feito isso. Não tem de ter ansiedade. Não dá para atropelar. A política tem seu tempo, as conversas têm suas maturidades. Estou otimista com as conversas com o arco de alianças, elas estão se espalhando por diversas cidades do Estado e na Capital também. Vão avançar e não tenho dúvida nenhuma.

Diário - A composição em Brasília interfere na montagem no bloco de apoio nas cidades?

Edinho - Se misturarmos governo com política de alianças estaremos cometendo imenso erro. Jogaremos uma responsabilidade para o governo que não é dele e traremos para a política de alianças a capacidade de solução que não é nossa. São duas questões distintas. O governo tem de construir a coalizão e acomodá-la com sua lógica e nós temos de construir a política de aliança com nossa lógica. Se está acontecendo isso é um erro. O governo Dilma tem sua lógica, seu tempo e a forma de lidar com governo de coalizão dele. Nós temos de lidar com nosso tempo e ter capacidade de lidar com a política de alianças daqui.




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