Faz algum tempo que este Diário tem acompanhado com preocupação a grave crise financeira enfrentada pela Fundação Santo André, instituição de caráter público e de direito privado criada em 1962 e mantenedora de tradicionais colégio e centro universitário no Grande ABC. Com as contas no vermelho, com cada vez menos alunos e um passivo que cresce à proporção de R$ 500 mil por mês, a FSA não consegue mais sequer honrar os salários de seus professores e funcionários.

Reportagem publicada hoje mostra que a situação é tão complicada que a administração propôs quitar o 13º salário, que deveria ter sido pago integralmente até dezembro passado, em nove parcelas. Parcelamento deve ser também a solução da Fundação Santo André para acertar o salário de fevereiro, que novamente deixou de ser depositado. Quando os contracheques começam a ser emitidos fora da data programada, surge sinal de alerta.

Acertos precisam ser feitos para que a instituição não sucumba ao próprio tamanho. É preciso considerar que o número de alunos da FSA caiu muito na última década, mas a estrutura administrativa se mantém exatamente igual. Informações que circulam pelos bastidores acadêmicos dão conta de que a Fundação entrará em colapso até o fim do ano se não houver reação.

E o que pode ser feito? Em primeiro lugar, causa espanto que o Ministério Público, que possui promotoria específica para acompanhar as fundações, esteja alheio ao episódio. E os vereadores andreenses, onde estão? É preciso que venham a público exigir transparência dos gestores da FSA. A busca de saídas para a crise precisa ser discutida amplamente. A primeira medida é encontrar a origem do problema, para então combatê-lo.

A ninguém interessa a derrocada da FSA, instituição importantíssima para a formação de mão de obra qualificada para as sete cidades do Grande ABC. Muito pelo contrário. Todos os atores sociais da região devem se unir para manter o centro universitário, e também o colégio, aberto para a comunidade. Fechá-lo seria dar um gigantesco passo para trás.