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Motoristas devem fazer paralisação terça em SP
Das Agências
04/03/2001 | 20:43
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A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), deve enfrentar nesta terça-feira a maior paralisação no sistema de transporte desde que assumiu o governo, em janeiro. Motoristas e cobradores prometem parar toda a frota de ônibus e bloquear o trânsito nas principais avenidas da capital. “A meta é atingir 100% de toda a operação”, disse o diretor do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, Antonio Ferreira Mendes.

Segundo Mendes, o principal objetivo do movimento é o combate ao transporte clandestino. “Hoje há 4.042 peruas regularizadas, mas há 25 mil circulando”, afirmou.

Além disso, a paralisação será o primeiro passo para a campanha salarial da categoria, cuja data-base será em maio. De acordo com o sindicato, a defasagem salarial acumulada nos últimos anos dos 44 mil motoristas e cobradores chega a 41%. Eles também querem que o vale-refeição seja reajustado de R$ 6,50 para R$ 8,00.

Mendes disse que a mobilização começará no início da madrugada. Os ônibus deixarão as garagens e seguirão em comboio para os principais corredores viários, como as avenidas Celso Garcia, 23 de Maio e Marginais do Tietê e Pinheiros. O objetivo é complicar ainda mais o trânsito na capital no horário de pico.

Para as 9 horas está previsto um protesto em frente ao Palácio das Indústrias, sede da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade. Eles querem chamar a atenção da prefeita Marta Suplicy para os problemas enfrentados pela categoria.

A greve só deve ser encerrada por volta das 12 horas, quando os ônibus começarão a circular normalmente. “Isso se não ocorrer nenhum incidente”, salientou Mendes. “Se acontecer alguma coisa, como repressão da polícia, a greve só irá terminar às 18 horas”, afirmou o sindicalista.

Mendes disse, ainda, que o sindicato é contra o reajuste da tarifa, conforme cogitou Marta, em Paris, na semana passada. Ele declarou que a Prefeitura tem repassado subsídios para as empresas, o que permite a operação normal do serviço.

O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, afirmou ontem que, por enquanto, o aumento da tarifa está descartado. “Só iremos ter uma posição sobre isso quando concluirmos o estudo sobre o custo real por passageiro na cidade”, disse Zarattini. “A partir daí é que poderemos discutir se vai haver aumento de tarifa ou do subsídio”, completou. O estudo deve estar concluído até o fim do mês.

O secretário acredita que a greve programada para terça-feira tenha objetivos políticos. “Não há por que eles reclamarem de atraso nos salários ou dos perueiros”, afirmou.

Zarattini afirmou que a Prefeitura repassou R$ 15 milhões em subsídios na sexta-feira, o que garante o pagamento dos salários, programado para hoje. O secretário classificou a idéia de paralisar o trânsito como “terrorista” e que a Prefeitura irá tomar todas as medidas possíveis para evitar o caos na cidade.

Ao concluir a visita oficial em Paris, domingo, a prefeita Marta Suplicy não quis se pronunciar sobre a ameaça de greve. “Só me pronunciarei sobre o assunto depois que ouvir o Secretário dos Transportes”, resumiu a prefeita.




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