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Plantão fica sem médicos em Mauá
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
31/03/2002 | 19:56
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Os Pronto-Atendimentos das Unidades de Saúde da Família São João e Zaíra 2, ambas com funcionamento 24 horas e que atendem uma média de 400 pacientes/dia em Mauá, ficaram sem médicos no plantão de sábado pela manhã até a madrugada deste domingo, conforme a reportagem do Diário constatou.

A falta de clínicos, que era informada pelos recepcionistas dos dois postos, obrigava os usuários a voltar para a casa ou se dirigir ao Pronto-Socorro do Hospital Nardini, na Vila Bocaina, na mesma cidade.

Neste domingo pela manhã, a situação foi amenizada. Na unidade São João, no período da manhã, um médico socorrista fazia atendimentos apenas de “extrema urgência”, como informou uma recepcionista. À tarde, o plantão foi reforçado com a chegada de mais um médico “extra”.

“Enquanto um atende os casos de urgência e emergência, o outro descansa. Do contrário, não tem como agüentar 24 horas seguidas em apenas dois”, disse um funcionário que preferiu não se identificar, por temer represálias.

No Zaíra 2, segundo uma recepcionista, a situação estaria normalizada. Porém, não foi comunicado quantos médicos socorristas trabalhavam neste domingo na unidade.

No sábado à tarde, as duas unidades 24 horas estavam praticamente vazias por causa da falta de médicos. Ao chegar ao local, os usuários eram pegos de surpresa com a notícia de ausência de clínicos de plantão.

Alguns se desesperavam, como foi o caso da dona de casa Maria Cleusa de Oliveira, 43 anos, moradora no Parque Bandeirantes, que levou o filho ao posto do bairro São João. “O dedo do pé dele está praticamente solto”, disse, chorando. Ao lado, o filho André de Oliveira Mendes, 15, sentia dor. “Machuquei jogando futebol”, disse o adolescente, que segurava um pano para estancar o sangue que escorria do pé direito. A família levou rapaz para o PS do Nardini.

Na unidade do Zaíra 2, uma auxiliar de enfermagem, que não quis se identificar, disse que “três médicos plantonistas pediram demissão de sexta-feira para sábado”, o que teria impossibilitado manter completo o quadro de atendimento. “Eles (médicos) estão com excesso de trabalho e acabam com medo de apanhar dos pacientes.”

A reportagem do Diário procurou neste domingo por telefone a direção das duas Unidades de Saúde para comentar o problema, mas não obteve retorno. No Zaíra 2, a enfermeira-chefe – que deveria falar pela unidade – teria ido atender, por volta das 16h30, um paciente em casa, e no posto do São João a responsável pelo plantão administrativo não retornou a ligação. Segundo os funcionários do atendimento, não há ninguém da direção administrativa nas unidades no fim de semana.




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