A turnê passa nesta terça e quarta-feira (dias 28 e 29) por São Paulo, quando o Trio abre a temporada da Cultura Artística na Sala São Paulo. No programa de hoje, interpretam Beethoven (Trio Arquiduque), Tchaikovski (Trio Op. 50) e Schubert (Noturno); amanhã, mais Beethoven (Trio Fantasma), e uma seleção de obras do século 20, os trios de Fauré e Ravel e Vitebsk, de Aaron Copland. "O primeiro programa traz dois grandes monumentos, as peças de Beethoven e Tchaikovski, com uma pequena joia, que é o Schubert, no meio." Já no segundo, a ideia foi montar um caleidoscópio. "Depois do Beethoven, adentramos um outro mundo, o das harmonias estranhas e belas de Ravel e Fauré, além de Vitebsk, que mostra um Copland que pouco tem a ver com o compositor que mais tarde se dedicaria a recriar a paisagem americana em música."
Coq é o porta-voz do grupo. Explica que a diversidade do repertório tem sido uma constância na vida do grupo - também não como algo planejado. Mas é preciso aqui voltar à origem de tudo: o nome do trio. Wanderer é uma homenagem a Schubert e a uma personagem-símbolo do romantismo. "O andarilho é aquele que deixa sua casa e parte em uma viagem para descobrir a si mesmo e ao mundo. Mas o importante é que ele não sabe para onde vai, está interessado na jornada. E nesse sentido fazemos uma relação com o trabalho do artista. Para nós, fazer arte é acreditar nesse caminho livre, na possibilidade de constantemente encontrar algo novo. Sem rotinas."
O repertório para trio com piano desenvolve-se fundamentalmente durante o século 19, em especial na Alemanha. "É preciso gostar dessa música, ou então não vale nem a pena começar", brinca Coq. "Mas com o tempo você vai justamente descobrindo o novo e sua importância. Na música de câmara, há algo especial: é nas formas intimistas que os compositores parecem se sentir mais à vontade para revelar suas verdades mais profundas. Ou seja, esse é um território que exige uma imersão completa, uma tentativa de compreensão do que é o ser humano. É o que temos feito. E esperamos continuar fazendo. Mas sem fazer grandes planos." Deu certo até agora.
Programação
Phillipe Jaroussky. 24 e 25/4
Benjamin Grosvenor. 23 e 24/5
Potsdam Chamber Orchestra. 6 e 7/6
Royal Northern Sinfonia. 27 e 28/6
Orquestra Jovem das Américas. 1º e 2/8
Andras Schiff. 22 e 24/8
Quarteto Emerson. 12 e 13/9
Orquestra Nacional de Toulouse. 29 e 31/10
Cappella Mediterranea.13 e 14/11
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