A indústria da região voltou a demitir em fevereiro. Após ensaiar retomada em janeiro, ao interromper sequência de 23 meses em que as demissões superaram as contratações, no mês passado o segmento cortou operários de novo.

O percentual ficou negativo em 0,37%, o que significa a eliminação de 700 postos de trabalho. Para efeito de comparação, na mesma época do ano passado, cerca de 2.350 pessoas perderam o emprego. Ou seja, a velocidade de dispensas perdeu fôlego. Em janeiro, a indústria havia contratado 150 profissionais, com alta de 0,08%. Os dados são da pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em parceria com a Ciesp (Centro das Indústrias do Estado São Paulo) realizada com associadas. Levantamento inclui todo tipo de vínculo empregatício, não apenas o formal.

No bimestre, são contabilizados 500 postos a menos.Quando se trata dos últimos 12 meses, o acumulado é de 17 mil vagas a menos.

Os ramos que mais dispensaram no Grande ABC foram produtos de Minerais não metálicos (-1,06%); máquinas e equipamentos (-0,36%); produtos alimentícios (-0,41%) e metalurgia (-0,74%).

O maior volume de cortes foi realizado em São Bernardo, com 450 postos extintos. Na opinião do segundo vice-diretor do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, o que falta na região é atualização profissional das pessoas. “Não adianta exigir das empresas o retrocesso. O mercado de trabalho mudou muito nos últimos anos”. Questionado sobre o número de demissões, Silva vê com certa normalidade. “É triste pensar dessa forma, a nossa cadeia produtiva está destruída, enquanto isso, as empresas estão modernizando suas linhas de produção”.