Uma farta programação cultural, em meio a cartazes de protesto contra a precariedade do ensino público e da crise financeira que se instaurou na FSA (Fundação Santo André) a partir de 2008, tomou conta da quadra do local na tarde de ontem. Organizado pela gestão Lute do diretório acadêmico da Faful (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), o evento reuniu cerca de 70 pessoas.

Além de protestar contra o desconto das mensalidades, que caiu de 12% para 8%, os alunos querem redução de 50% no valor mensal e a rematrícula imediata dos inadimplentes.

Jenifer Tristan, 26, aluna do 4º ano do curso de Ciências Sociais, pagava cerca de R$ 630 por mês. Com a mudança, precisa desembolsar R$ 800, em média, pela mensalidade. “Fizemos manifestação há duas semanas e fechamos a Avenida Lions Club. Esta atividade serve também como processo de conscientização para todos os alunos”, explica a estudante. Ela diz que a precarização da educação tem a ver com o atual momento do País. “É importante a mobilização em prol da educação”, afirma.

Formada em 2010, a ex-aluna da FSA Alice Ramos, 28, também esteve presente. “A Fundação está perigando fechar cursos. Se a faculdade morre nosso diploma morre junto”, diz.

Entre discotecagem e shows, alunos e simpatizantes à causa debateram problemas pelos quais passa a instituição. Estudantes da FAPSS (Faculdade Paulista de Serviço Social de São Caetano do Sul) também estiveram presentes no ato. “A gente se solidariza. A educação precisa ser de qualidade e pública”, explica Renata de Souza, 30, que cursa Serviço Social na cidade vizinha. Andrea Miron, 28, parte do princípio de que “juntos são mais fortes”, para justificar a presença.