Neste ano, o lema faz referência à guerra travada pelo prefeito João Doria (PSDB) contra pichadores em São Paulo: "Tire o seu cinza do caminho que eu quero passar com a minha cor". "A população de São Paulo carece de coisas da rua, porque isso humaniza. O que a gente precisa é de civilidade", diz o músico.
A concentração do Jegue Elétrico aconteceu na Rua Lisboa, às 13h, para onde retornou cerca de três horas depois, após o percurso. Na ida e na volta, agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tiveram de bloquear por alguns minutos a Rua Henrique Schaumann, nos dois sentidos. A parada provocou buzinaço dos motoristas e alguns condutores fizeram retorno passando por cima do canteiro central. Do desfile, ouviam-se coros de "A rua é nossa" e "ocupar e resistir".
À frente da bateria, senhoras com panelas nas mãos puxavam a percussão. "Nossas panelas são suadas, não são gourmet, não", dizia Emerson Boy, do trio. Os músicos também criticaram o machismo e a homofobia durante o desfile."O nosso carnaval é de paz."
Muitas crianças acompanharam o percurso. "Ela adora. O bloco é uma delícia, muito animado", afirmou a publicitária Mônica Gomes, de 38 anos, com a filha Marina nos braços. "O aniversário de dois anos dela é amanhã", contou.
Todas fantasiadas, as amigas Suely Allara, Ivana Amaral e Iseisa Castro - de 57, 58 e 63 anos, respectivamente - também aprovaram a folia. "O povo é educado e faz a gente se sentir segura. Me lembra o carnaval de quando eu era criança", disse Ivana.
"O clima é muito alto astral e tem muita criança na brincadeira, é ótimo", concordou Suely. "A organização do carnaval está de parabéns, em todos os locais têm bloco. Eu adoro. Neste aqui, segurança não é problema", disse Iseisa. O Jegue Elétrico já havia desfilado no sábado, 25, por Pinheiros. O próximo cortejo do bloco esta marcado para terça-feira, 28, na Praça da República, no centro, a partir das 15h.
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