Débora não é professora contratada pelo município. Ela se apresentou à escola para atender a um apelo do prefeito Carlos Defavari (PSDB), transmitido pelas redes sociais.
A cidade, de 29,5 mil habitantes, iniciou o ano letivo sem o quadro completo de professores na rede municipal. O contrato com os docentes venceu na gestão anterior, no fim do ano passado, e não foi renovado.
"O prazo para fazer o processo seletivo, como manda a lei, ficou apertado e as crianças corriam o risco de ficar 15 dias ou mais sem aula", disse. Em vídeo, o prefeito pediu a educadores e estagiários com "a profissão no coração" que procurassem a prefeitura para "ajudar voluntariamente e não deixar nossas crianças sem aula".
Débora foi um dos 21 professores que se apresentaram. "Estou terminando o curso de Pedagogia e já fiz estágio, trabalhando com crianças especiais, então tenho alguma experiência. Tenho filha de 14 anos na escola e sobrinhas em creche. Sei o quanto é duro para as mães não ter um lugar para deixar o filho."
Segundo a secretária municipal de Educação, Glória Manesco, a rede tem 4,9 mil alunos e a maioria poderia ficar sem aula neste mês. "Os voluntários vieram com muita vontade e estão nos ajudando, enquanto o processo seletivo não fica pronto."
O período não deve ser contado como parte do calendário de 200 dias letivos. Mas a ideia é que as crianças fiquem nas escolas, que servem merenda, e adiantem os estudos.
O ex-prefeito Julio Cesar Barros Ayres (PPS) disse que, em razão da crise, não antecipou a contratação de professores para o exercício seguinte. Segundo ele, essa medida poderia ser tomada nos primeiros dias da atual gestão, além de haver quadro de efetivos suficiente para a maioria das escolas.
Nova convocação. Segundo a prefeitura, para a composição do quadro oficial do magistério, estão sendo chamados professores já aprovados em processo seletivo anterior, mas muitos desistiram de assumir os postos. O novo processo ainda está com as inscrições abertas e, na melhor das hipóteses, os novos contratados vão assumir em meados de março.
Outro voluntário foi o operador de guindaste Vitório Natalino, de 48 anos. Mesmo não sendo professor, ele foi com sua roçadeira para uma escola. "De manhã e à tarde, enquanto a voluntária dava aula, rocei todo o mato alto, que era um perigo para as crianças." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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