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Índios guaranis devem ganhar aldeia
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
19/04/2009 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Os índios guaranis das aldeias Krukutu e Tenonodé Porá localizadas no extremo Sul da Capital, numa área de proteção ambiental, às margens da Represa Billings, ganharam um motivo a mais para comemorar, neste domingo, o Dia do Índio. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) vai doar um terreno de aproximadamente 140 hectares às duas aldeias como compensação ambiental à construção do Trecho Sul do Rodoanel, que passará a nove quilômetros de distância da área. Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), é provável que o terreno doado seja em São Bernardo, pois as aldeias ficam na divisa com o Riacho Grande, e é possível que se mantenham nas proximidades.

"A área precisa obedecer a alguns critérios como estar em mata bem preservada e ser próxima de nascentes de água. A primeira vistoria foi feita em dezembro, em São Bernardo, mas ainda não há definição", explicou a antropóloga da Funai, Malu Brant.

Pelo menos mais duas áreas precisam ser vistoriadas pela Dersa e Funai antes da escolha, sem data para ocorrer. A Dersa afirmou que as tratativas sobre o assunto estão a cargo do departamento de meio ambiente e que até o momento não há qualquer terreno definido.

Assim que houver a demarcação, os índios se dividirão para ocupar a nova área. Cada aldeia tem em média 25 hectares, espaço considerado insuficiente por eles. Por isso, a nova reserva é encarada como vitória na luta pela expansão de terras indígenas. "Nossa aldeia é pequena e acredito que nesse novo espaço as crianças terão um lugar para viver", afirmou o cacique dos krukutus (significa canto da coruja), Karaí de Oliveira, 25 anos.

O município que receber a nova aldeia terá repasse do governo federal para investir em Saúde e Educação. Na aldeia Krukutu há uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e uma escola estadual de primeiro ciclo do Ensino Fundamental onde as crianças aprendem a língua guarani.

VULNERABILIDADE - A ausência de plantações e a dificuldade de comercializar o artesanato produzido pela aldeia Krukutu, fazem com que os 300 índios do local vivam situação de vulnerabilidade social. O único cultivo que vingou foi o de bananas. "Tentamos plantar outras frutas, mas não nasceram", comentou Olivio Jekupé, 42.

Um dos principais problemas é a falta de alimentos, aliado à dependência do álcool. A Prefeitura de São Bernardo pretende desenvolver ações com a aldeia, por meio da Fundação Criança.

 




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