Os mais violentos confrontos entre operários e policiais nos últimos anos na Índia, que começaram na segunda-feira e continuaram na manhã desta terça-feira, causaram pelo menos 130 feridos, segundo as autoridades. Fontes hospitalares e testemunhas, no entanto, afirmam que o número pode ser maior.
Os conflitos foram travados por policiais e funcionários da Honda Motorcycles and Scooters India Ltd, filial da companhia japonesa Honda, perto da fábrica de Gurgaon, sede de muitas empresas indianas e estrangeiras, a 22 km ao sul de Nova Délhi.
A confusão começou na noite de segunda-feira em meio a um protesto de centenas de operários, ignorando a proibição da polícia, para expressar solidariedade com 30 colegas demitidos. De acordo com a imprensa, os policiais tentaram bloquear os manifestantes que reagiram e atacaram as forças da ordem, agredindo um oficial.
Reforços foram imediatamente chamados e a polícia de choque entrou em cena com fuzis automáticos e cassetetes, espancando centenas de operários e batendo inclusive em pessoas desfalecidas, segundo imagens da TV. "A multidão avançava destruindo carros, lojas e propriedades públicas. Eles carregavam barras de ferro, troncos, machados. Não se pode dizer que foi uma ação unilateral. Algo muito sério poderia ter acontecido", declarou o prefeito adjunto de Gurgaon, Sudhir Rajpal.
De acordo com Rajpal, 130 pessoas foram feridas na segunda-feira. Porém, a imprensa evocou várias centenas de feridos. Segundo a agência PTI (Press Trust of India), 550 pessoas chegaram a procurar os hospitais na noite passada. Entre 300 e 400 pessoas foram detidas antes de serem libertadas mediante pagamento de fiança.
Os confrontos recomeçaram nesta terça-feira, provocados desta vez por mulheres que procuravam seus familiares em um hospital e que apedrejaram policiais e o prefeito adjunto. Atos de violência também foram registrados perto do local dos confrontos da véspera. Policiais agrediram a esmo moradores, trabalhadores e motoristas, segundo testemunhas.
Policiais dispersaram os manifestantes com granadas de gás lacrimogêneo e canhões de água. Imagens de TV mostravam pessoas fugindo, algumas ensangüentadas.
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