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Bolsa Família ajuda a melhorar condições de 72,7 mil lares na região

Recurso do governo federal, criado em 2004, é voltado para a população pobre; critério é viver com renda per capita mensal de R$ 85 até R$ 170

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
29/01/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Na região, 72.780 famílias recebem recursos do Bolsa Família, instituído pelo governo federal em 2004. O programa é voltado para a população pobre (com renda per capita mensal de R$ 85 até R$ 170). O valor do benefício, que exige como contrapartida o cumprimento de metas nas áreas de Saúde e Educação por parte dos integrantes do núcleo familiar, varia de R$ 32 a R$ 366.

O recurso federal é de extrema importância, principalmente para a população que está com dificuldade inclusive para obter alimentação. No entanto, a coordenadora do curso de Ciências Sociais da Metodista, Claudete Pagotto, considera que o programa não corresponde à “benevolência do Estado brasileiro”, mas responde a cobranças de organismos nacionais e internacionais em favor do desenvolvimento social e econômico do País e do mundo.

A especialista ressalta ainda que, além da questão da transferência de renda, item importante e que gera efeito positivo, os gestores públicos devem também “redistribuir a riqueza do País em prol dos menos desenvolvidos”. Para Claudete, uma sociedade que não consegue dar condições sociais de sobrevivência à população exige atuação do Estado.

No Parque São Bernardo, em São Bernardo, a família da auxiliar de limpeza desempregada Viviana Custódio, 30 anos, conta atualmente com a ajuda mensal de R$ 130 oriunda do Bolsa Família para complementar a renda média de R$ 300, vinda do trabalho do marido como pedreiro autônomo. É com o recurso federal que a mãe de André, 9, e de Victor 11 meses, consegue incrementar o cardápio com “mistura”, além de adquirir material escolar, fraldas e roupas para os meninos.

A situação só não é pior porque a família conseguiu espaço na garagem da casa do pai de Viviana para se ajeitar, há um ano. “Trabalhava em um mercado, mas há mais de um ano fui demitida. Logo depois fiquei grávida e como meu marido trabalha por conta, não dá para saber quanto vai entrar por mês”, afirma.

Apesar das dificuldades, a família não se acomodou à situação. Pelo contrário. Tem esperança de melhorar de vida. Dentro de um ano, a meta de Viviana é conseguir emprego e, com isso, deixar de receber o Bolsa Família.

Entre os planos, um é considerado sonho antigo. Montar uma doceria onde hoje a família se divide entre duas camas, fogão, geladeira e televisão. Para isso, é necessário que o marido de Viviana termine de construir casinha para comportar o grupo. “Seria a realização de um sonho, porque gosto muito de ser vendedor e ela também tem talento. Já comecei a ver o preço de algumas mercadorias e, quem sabe em breve, todos teremos uma vida melhor”, projeta o pai de Viviana, Antônio Dionísio, 69.

NA REGIÃO
A cidade com o maior número de beneficiários do Bolsa Família é Santo André, com 23.607 famílias, que recebem valor médio de R$ 178,54. Já o município com número de pessoas que dependem da renda federal é São Caetano. Por lá, 1.007 grupos familiares recebem valor médio de R$ 157,58.


Três cidades integram programa estadual de transferência de renda

Lançado no ano passado, o Programa Família Paulista, do governo estadual, tem como objetivo ajudar famílias em situação de extrema pobreza – neste caso com renda per capita mensal de até R$ 77 – a partir da transferência de recursos financeiros mensalmente. Entre as sete cidades, apenas Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra participam da ação.

Em 2016, o projeto beneficiou 6.284 famílias, sendo 3.958 em Diadema, 712 em Mauá e 1.614 em Rio Grande da Serra, somando R$ 9,7 milhões em repasses.

Além disso, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social destacou que, neste ano, as sete prefeituras receberão R$ 7,6 milhões via fundo estadual para o fundo municipal. Entre os projetos destacados estão o Vivaleite, que prevê a distribuição de 201.915 litros do alimento para 13.461 pessoas – investimento de R$ 796,5 mil por ano.

AÇÕES

Santo André informou que, além dos programas federais e estaduais voltados à Assistência Social, o município oferece o Renda Mínima Municipal (Família Andreense) e o Programa de Locação Social. Atualmente, 30 pessoas são atendidas pela transferência de renda mantida pela cidade.

Em São Bernardo, a administração destacou que mantém o Peat (Programa de Educação do Adolescente para o Trabalho), a Frente Municipal de Trabalho, além de transferência suplementar de renda e programas de segurança alimentar e nutricional.

Os demais municípios não destacaram os trabalhos voltados à superação da pobreza. 




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