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Coronel da PM pode ser o herdeiro de Clodovil
Leonardo Fuhrmann
Do Diário do Grande ABC
06/10/2007 | 09:13
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Um coronel linha-dura da Polícia Militar pode se tornar o herdeiro do mandato do deputado federal Clodovil Hernandes (PR). O estilista e apresentador de TV abandonou o PTC depois da decisão do TSE (tribunal Superior Eleitoral) que deu aos partidos a primazia sobre os mandatos dos deputados e vereadores. Por isso, seu mandato está ameaçado.

Paes de Lira teve cerca de 6.673 votos e, caso a legenda consiga tomar o mandato de Clodovil, ficará com o cargo. O TRE de São Paulo confirmou que o militar continua filiado ao partido e poderia assumir a vaga.

O segundo suplente é Ciro Moura, que dirige o partido em São Paulo e já foi diversas vezes candidato em eleições majoritárias, sempre sem alcançar votações expressivas.

Caso Lira realmente venha a substituir Clodovil, o humor pode não ser o mesmo, mas a polêmica deve continuar. O coronel, que comandou o Policiamento Metropolitano, fez sua campanha em oposição aos movimentos sociais e ao estatuto do desarmamento e em defesa dos latifundiários e “da Fé Cristã e da família”.

Ironicamente, foram os quase 500 mil votos de Clodovil que garantiram ao partido o direito a uma vaga na Câmara, independentemente dos votos na sigla e nos demais candidatos. A votação quase foi suficiente para garantir um segundo eleito, em uma situação semelhante ao que ocorria com o Prona por conta da votação do deputado Enéas Carneiro.

Em primeiro mandato, Clodovil não ficou nem oito meses no partido pelo qual se elegeu.

Menos de 24 horas depois da filiação do estilista ao novo partido, o PTC formalizou um pedido para que a Câmara declarasse vago o seu cargo e chamasse o suplente do partido, seguindo os mesmos passos do DEM, do PSDB e do PPS na tentativa de reaver o mandato do ‘infiel’. Agora, o caso será levado à Justiça Eleitoral.

De acordo com a decisão, o estilista terá oportunidade de se defender, com a apresentação dos argumentos que o levaram a trocar de legenda.

Clodovil considera que não deve nada ao PTC, seu primeiro partido, ao qual se filiou em 2005. “O meu mandato foi Deus que me deu. Tive o mandato porque me comportei direito nos 70 anos de vida”, resumiu, no momento em que se filiou ao PR. (Com AE)



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