A Aliança para a Restauração da Democracia (ARD), uma coalizão integrada por 16 partidos entre os quais se encontram os maiores do país, o Partido Popular do Paquistão (PPP) e a Liga Muçulmana do Paquistão (LMP), acusou Musharraf de converter o Parlamento que sairá das eleições de 10 de outubro em um vitrine.
O líder da ARD, Nawabzada Nasrullah Khan, aliança formada depois do incruento golpe de Estado perpetrado por Musharraf em 1999, que derrubou o então primeiro-ministro, Nawaf Sharif, convidou as demais formações a desfazer as emendas constitucionais quando se constitua a nova Câmara baixa.
"Musharraf tomou todos os poderes e o novo primeiro-ministro se encontrará impossibilitado", disse Nasrullah Khan à imprensa na cidade oeste de Lahore.
O maior partido islâmico, Jamaat-e-Islami, acusou o general de ter denegrido a democracia paquistanesa e burlado suas próprias promessas de restaurar o regime democrático
O líder do PPP e ex-primeira-ministra Benazir Bhutto reagiu com ironia às emendas constitucionais anunciadas por Musharraf, ao indicar que este também poderia proclamar-se monarca absoluto.
A LMP, liderada por Nawaz Sharif, afirmou que se oporá com todos os meios a seu alcance ao Governo do general.
Entre as 29 emendas à Constituição se encontra a que garante a continuidade, depois das eleições de outubro, do Conselho de Segurança Nacional — formado depois do golpe de estado e integrado por três oficiais e oito civis —, com Musharraf como seu presidente, investido de suficientes poderes para substituir o Governo.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.