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Frustração marca mandato de Marcos Lula na Câmara

Filho de ex-presidente encerra passagem de forma discreta e com só dois projetos apresentados

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/01/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Único filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ingressar na política, Marcos Lula (PT) encerrou oficialmente ontem seu mandato de vereador de São Bernardo com atuação marcada por frustração às expectativas depositadas nele há quatro anos. Derrotado em outubro, quando recebeu somente 1.504 votos, ficando distante da reeleição, Marcos se caracterizou pela timidez e pela produção de apenas dois projetos de lei: instituição os dias do turismo e de proteção aos animais.

Em 2012, o primogênito do ex-chefe da Nação foi eleito ao receber 3.882 sufrágios. Embora de perfil tímido, havia muita expectativa no meio político sobre o comportamento de Marcos Lula no Legislativo de São Bernardo. Havia projeção de que o petista repetisse a liderança exercida pelo pai, cacique do petismo e presidente da República entre 2003 e 2010.

Para se eleger em 2012, Marcos Lula desembolsou R$ 70,37 por voto, cinco vezes mais que Luiz Marinho (PT), prefeito reeleito à época, que despendeu R$ 12,17. Quatro anos depois, viu seu eleitorado se dissipar pela metade.

Além de poucos projetos protocolados, Marcos Lula encerrou seu primeiro mandato sem utilizar a tribuna. Também ficou longe das discussões estratégicas do PT e do governo Marinho.

Nos embates na Câmara entre situação e oposição, o filho de Lula figurou como coadjuvante. Num dos momentos mais tensos do segundo mandato de Marinho, quando a Casa convocou a então secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), para explicar sobre a redução no fornecimento de merenda, Marcos Lula optou por observar tudo de longe. O comportamento foi semelhante aos debates do PME (Plano Municipal de Educação), quando oposição e base se uniram para colocar restrições à ideologia de gênero na rede municipal.

Paralelamente ao trabalho no Legislativo, Marcos e sua família entravam no rol de investigações da Justiça, em desdobramentos de ações que investigavam crimes de corrupção. A série de escândalos atingiu duramente a imagem do PT. Mesmo assim, ele pouco saiu em defesa da legenda fundada pelo pai. Apenas admitiu, no fim de 2015, que todo envolvimento de Lula poderia prejudicar o partido.

Apesar de todo cenário negativo e críticas ao mandato, Marcos Lula prometeu ser candidato a vereador em 2020. “Vejo (a derrota do petismo) de maneira natural, pelo jeito que a imprensa e outros tantos bateram em nós. Temos agora de estar bem, de cabeça erguida para continuar lutando. Na próxima eleição, por exemplo, eu volto a disputar a vereança. Eu não deixei de ter o jingle do PT, usar a marca. E vamos seguir em frente para conseguir nos recuperar.”
 




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