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Empresa júnior abre portas para alunos
Carolina Lopes
Do Diário do Grande ABC
01/08/2010 | 07:20
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Tabata Belomo, 20 anos, iniciou sua vida profissional há dois anos e meio como analista júnior em uma empresa de consultoria e desenvolvimento de projetos. Em pouco tempo passou para analista sênior e, em janeiro deste ano, assumiu a presidência.

A ascensão meteórica aconteceu sem que ela nem ao menos precisasse sair da universidade. Isso porque a estudante do segundo ano de Engenharia Química trabalha na empresa júnior da FEI (Fundação Educacional Inaciana), em São Bernardo, criada em 2000. "Nunca tinha trabalhado e achei que ingressar na Júnior FEI seria uma boa oportunidade para conhecer o mercado e desenvolver meu lado profissional", conta Tabata.

O conceito de empresa júnior surgiu na França em 1967 e foi trazido para o Brasil pela Câmara de Comércio França-Brasil em 1988. Formada exclusivamente por estudantes de uma universidade, a júnior tem por objetivo fazer com que o aluno aplique na prática todo o conteúdo passado em sala de aula.

Por ter uma carga tributária diferenciada, ela pode prestar serviços e desenvolver projetos para outras empresas, a um custo bem abaixo do mercado. Todo o trabalho é supervisionado por professores e, como é uma associação sem fins lucrativos, os ganhos são revertido para melhorar a infraestrutura da própria empresa.

A grande vantagem de participar do projeto é ter a possibilidade de vivenciar a rotina de uma companhia de fora. Há divisões por hierarquia (como presidência, diretoria e conselho) e por departamentos (como marketing, financeiro, administrativo e informática). Para entrar, os interessados precisam passar por uma seleção semelhante à de companhias multinacionais, como análise de currículo, dinâmica de grupo e entrevistas.

"O aluno tem a chance de entender como uma organização funciona, desenvolver habilidades técnicas e outras características que são fundamentais para o amadurecimento profissional", diz a consultora de RH de uma empresa especializada na seleção de profissionais Daniella Correa.

Outro benefício é ampliar a rede de contatos. "É uma ótima oportunidade de networking, uma vez que os alunos têm bastante contato com os professores, companhias externas e com outras empresas juniores", lembra Daniella.

Para Tabata, atuar na Júnior FEI ampliou suas chances no mercado de trabalho. "Passei a administrar melhor meu tempo e adquiri mais confiança. Quando você passa pela júnior, você já está na frente de outros candidatos em um processo seletivo, é um diferencial", acredita.

MAUÁ JÚNIOR - Assim como Tabata, Desirée Cristine Ramos, 23 anos, chegou mais longe do que muitos profissionais com anos de experiência na carreira. A estudante do sexto ano de Engenharia Química do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, entrou na júnior no primeiro ano da faculdade. Há dois anos, se tornou presidente da empresa de consultoria de projetos em engenharia, que existe há 16 anos.

"Participei da área administrativa e do corpo técnico da empresa. Hoje, por ser presidente, auxilio as dificuldades de todos os setores e tenho uma boa visão de toda o negócio. Essa experiência foi fundamental para a minha carreira", analisa Desirée.

Segundo a assessora da reitoria do Centro Universitário da Mauá, Edilene Adell, a empregabilidade dos estudantes que passaram pela empresa júnior é alta. "Recebemos muitos elogios desses alunos e eles vão para o mercado com um perfil mais profissional", afirma.

Atuar em projeto aumenta chances no mercado de trabalho

Trabalhar em uma empresa júnior pode fazer com que as portas se abram mais facilmente. Segundo a consultora Daniella Correa, as companhias costumam valorizar os alunos que passaram por essa experiência. "Esses profissionais podem ter uma grande vantagem perante os demais candidatos. Entretanto, isso ocorre no início da carreira, contando como uma experiência de estágio", ressalta Daniella.

O estudante do terceiro ano de Engenharia de Produção da FEI Filipe Schmidt, 22 anos, tem muito a agradecer pelo período de um ano e meio em que trabalhou no setor administrativo da júnior da universidade. Com a experiência adquirida, Filipe conseguiu estágio em uma multinacional alemã.

"Serviu como degrau para minha carreira e contribuiu muito para que eu conseguisse meu emprego atual. Nas entrevistas, quem já conhecia o projeto me parabenizava e dizia que eu estava no caminho certo. Os que não conheciam elogiavam e queriam saber mais. Recomendo para todos os estudantes que tiverem essa oportunidade", afirma Filipe.




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