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Reforma da Previdência dá margem para crescimento de planos privados
Marília Montich
Do Diário OnLine
20/12/2016 | 07:29
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Divulgação


A proposta sobre a reforma da Previdência Social tem gerado uma série de dúvidas à população brasileira, que passou a enxergar o futuro com certo temor e descrença. Se aprovada, homens e mulheres só poderão se aposentar com 65 anos, enquanto o tempo mínimo de contribuição passará a ser de 25 anos. As regras valem tanto para o setor privado como para o público. Em meio à discussão, a previdência privada tem ganhado destaque, uma vez que pode representar alternativa segura para a velhice.

Segundo a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada), cerca de 13 milhões de pessoas já têm um plano complementar de renda no País. Para os especialistas, esse número tende a aumentar por conta das mudanças promovidas pelo governo. “As alterações públicas acabam servindo de estímulo para a previdência privada. Na Social, a pessoa contribui por um período enorme e é cada vez mais difícil ter acesso ao benefício. As regras vão mudando e os valores, sendo reduzidos e postergados. Já na privada, há previsão de quanto se vai contribuir, quando e como vai receber”, explica o professor de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Vinicius Oliveira.

As adesões aos planos devem ganhar força à medida que a economia melhora. Isso porque hoje, com a crise, acordar para a necessidade de complementar a renda não basta. “O problema é que a situação econômica não está muito fácil. As pessoas ainda estão se segurando, pois hoje a condição financeira não favorece. Por isso, no curtíssimo espaço de tempo, ou seja, em poucos meses, o número de ingressos em previdências privadas não deve crescer tanto”, afirma Oliveira.

Para quem serve - A previdência privada é indicada, em tese, para todos os perfis de trabalhador. Porém, como se trata de investimento em que se deposita o recurso ao longo de um período, quem tiver condições de guardar mais e por maior tempo receberá mais no futuro, como explica o professor da USCS: “Depende muito do tipo de previdência. A partir de poucos reais por mês já dá para fazer uma, dependendo da instituição. Mas quanto mais você guardar, mais você vai ter lá na frente. É semelhante à lógica da poupança”.

Em linhas gerais, há duas modalidades de planos que estão ligadas ao regime de tributação: o PGBL e o VGBL. O primeiro é adequado para aqueles que fazem declaração do imposto de renda pelo modelo completo, o que permite dedução. Já o segundo é para quem faz a simplificada e, nesse caso, não é possível deduzir valores na hora de acertar as contas com o Leão. Além disso, há planos fechados, que só podem ser contratados por quem trabalha em determinada empresa ou faz parte de determinado grupo.

Futuro nas mãos - Independentemente da modalidade escolhida, a grande vantagem da previdência privada é a possibilidade de planejamento. “Com ela, você pode programar sua vida. É uma liberdade que a Previdência Social nunca vai te dar, já que você vai estar sempre dependendo do governo”, avalia o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Outro ponto positivo é o fato de o cliente poder mexer na quantia depositada no momento em que julgar preciso. “Pode-se pegar o dinheiro quando quiser. Ele é da pessoa. A ideia, claro, é que ela não mexa, visando a aposentadoria, mas se houver necessidade, ela pode. Isso é algo que não é permitido fazer na Previdência Social. Não se pode pedir de volta o valor contribuído quando se deseja”, diz o coordenador.

Para ficar de olho – Apesar das vantagens, os interessados devem tomar série de cuidados antes de contratar plano de complemento de renda. Antes de mais nada, deve-se observar os valores cobrados pelas instituições, que são negociáveis. São dois – o de administração e o de carregamento. “A administração é cobrada para cuidar do dinheiro sobre o valor total. Normalmente, trata-se de taxa anual. Já o de carregamento é cobrado por cada aporte. Se ele for muito elevada, pode acabar comendo os rendimentos”, alerta Balistiero.

Além disso, o coordenador afirma que é fundamental avaliar se a instituição é sólida e como o dinheiro será aplicado. “É importante que a pessoa tenha condições de olhar para saúde financeira do lugar onde está colocando o dinheiro dela. Isso principalmente se o plano for fechado. Se empresa for à falência, por exemplo, a previdência privada ligada a ela vai junto.”




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