Os dedos enrugam depois de as pessoas ficarem certo tempo na água, pois os nervos começam a enviar sinais para o sistema nervoso (no cérebro), espécie de mecanismo de defesa. O responsável por esse fenômeno é o cérebro, fazendo com que tudo não passe de resposta do corpo humano a uma situação fora do comum de ficarmos secos. Em média, é necessário ficar mais de cinco minutos na água para que isso aconteça.

O padrão de enrugamento da pele funciona como espécie de sistema de drenagem, facilitando o escoamento da água. Seria, por exemplo, como pneus novos em uma pista molhada. Os ‘cabelinhos’ e os desenhos que vemos no acessório (como se estivesse enrugado) evitam possíveis deslizamentos perigosos, pois causam atrito com a superfície e deixam o carro mais estável. Na pele funciona da mesma forma: quando enrugada, é mais fácil segurar objetos para que não caíam das nossas mãos e, no caso dos pés, que não escorreguemos quando andamos em chãos molhados. 

Os bebês têm tendência a ter uma aparência enrugada logo após nascerem. Isso ocorre porque estiveram em um saco de líquido durante os nove meses de gestação na barriga da mãe, da mesma forma que ficaríamos se estivéssemos no banho por muito tempo. Conforme a pele deles vai se adaptando ao mundo exterior, as rugas desaparecem.

A pele corresponde a 16% do peso corporal dos seres humanos e exerce diversas funções, como regulação térmica, defesa orgânica, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e funções sensoriais (identificando características como calor, frio, pressão e dor).

Beatriz Velo da Comma, 11 anos, de Santo André, já viu seus dedos ficarem enrugados depois de certo tempo em que esteve na água. “Parece ser uma resposta do organismo para as coisas não escorregarem das mãos, mas nunca tive uma explicação correta”, comentou a menina.

Consultoria de Mariliza Tiemi Nomura, médica dermatologista do Instituto Paulista de Dermatologia, em Santo André.